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Operação Janus, da PF, mira Odebrecht e pessoas próximas a Lula

PF investiga contratos da empreiteira em Angola e suposto tráfico de influência no BNDES

Taiguara Rodrigues dos Santos, na CPI do BNDES, em 2015.
Taiguara Rodrigues dos Santos, na CPI do BNDES, em 2015.Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Uma nova investigação da Polícia Federal tem como alvo novamente a empreiteira Odebrecht. Deflagrada na manhã desta sexta-feira, a Operação Janus, quer esclarecer por que a multinacional contratou, entre 2012 e 2015, a Exergia Brasil, uma empresa de construção civil de pequeno porte em Santos, no litoral de São Paulo, "para a realização de obras complexas em Angola". Duas pessoas foram levadas a depor (por meio de condução coercitiva), entre elas Taiguara Rodrigues dos Santos, proprietário da empresa. O empresário é filho do irmão da primeira esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já falecida e, por isso, é conhecido como sobrinho do petista. Lula não é alvo da operação.

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A Operação Janus começou com a investigação de um suposto esquema de tráfico de influência para beneficiar a Odebrecht a conseguir contratos de financiamento com o BNDES entre os anos de 2011 e 2014.  A Exergia recebeu 3,5 milhões de reais para a reforma da hidrelétrica Cambambe, no país africano, da empreiteira. E, no total, a Odebrecht obteve um financiamento no valor de 464 milhões de dólares do BNDES para a realização dessa mesma obra, de acordo com a PF.

Em outubro 2015, Taiguara chegou a depor na CPI do BNDES na Câmara dos Deputados, onde ele negou que a sua ligação com o ex-presidente Lula o tenha ajudado a conseguir contratos que firmou com a construtora em Angola. “[Teve] Influência zero do ex-presidente Lula e do Fábio [um dos filhos do ex-presidente]", declarou. Ainda na ocasião, Taiguara aceitou que a CPI pedisse a quebra de seu sigilo fiscal, telefônico e bancário.

Nesta sexta-feira pela manhã, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, dois de condução coercitiva (entre eles, o de Taiguara e seu sócio) e cinco intimações, todos em Santos.

Segundo a PF, o nome da operação é uma referência ao Deus romano Janus (ou Jano). A menção à divindade latina de duas faces, que olha ao mesmo tempo para o passado e para o futuro.

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