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EUA buscam acordo com Rússia para o conflito “fora de controle” na Síria

O mediador da ONU viajará a Moscou para tentar salvar uma trégua que balança em Aleppo

J. C. S.
O Secretário de Estado dos EUA e o mediador da ONU para a Síria
O Secretário de Estado dos EUA e o mediador da ONU para a SíriaFabrice Coffrini (AFP)
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A maquinaria diplomática internacional parece ter entrado em ação depois que as bombas da aviação do regime sírio devastaram um hospital apoiado pela organização Médicos sem Fronteiras na parte rebelde de Aleppo, onde na quinta-feira perderam a vida cerca de 50 civis. O Secretário de Estado norte-americano John Kerry busca um compromisso para salvar de “uma situação fora de controle” a cessação das hostilidades acordada com a Rússia há dois meses. “Ainda há trabalho a ser feito, mas estamos nos aproximando de um ponto de entendimento”, disse na segunda-feira depois de várias reuniões em Genebra. O mediador da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, com quem Kerry se reuniu, viajará a Moscou na terça-feira para tentar consolidar o cessar-fogo com o ministro das Relações Exteriores Russo, Sergei Lavrov.

Os bombardeios recomeçaram nas primeiras horas de segunda-feira em Aleppo, cidade dividida entre bairros governamentais e rebeldes. As crescentes hostilidades na principal cidade do norte do país continuam sendo o principal obstáculo para voltar a parar uma guerra que já dura mais de cinco anos, na qual morreram mais de 270.000 pessoas e que desencadeou uma das maiores crises de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. “Falarei por telefone com Lavrov e De Mistura vai visitá-lo amanhã. Acreditamos que poderemos restabelecer rapidamente o cessar-fogo”, disse à imprensa, em Genebra, o chefe da diplomacia norte-americana, que também se reuniu com os ministros das Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judé, e da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir. “Para isso, contamos com todos os países membros do Grupo Internacional de Apoio à Síria e principalmente com a Rússia”.

O regime do presidente Bashar Assad anunciou que a cessação das atividades militares acordada na sexta-feira na região de Guta Oriental, reduto rebelde na periferia de Damasco, foi estendida até a meia-noite da segunda-feira. O porta-voz militar sírio não fez referência à trégua temporária que expira à meia-noite de terça-feira no norte de Latakia, na costa do Mediterrâneo, nem à escalada de ataques em Aleppo, onde mais de 250 civis morreram nos dois setores da cidade desde o dia 22 de abril.

De Mistura reconheceu em sua entrevista coletiva com Kerry que a espiral de violência colocou seriamente em perigo a cessação das hostilidades. “Não haverá progressos no processo político se o povo sírio não perceber uma melhoria imediata da situação no terreno”, disse o enviado da ONU, que também apelou ao Grupo Internacional de Apoio à Síria para promover a consolidação da trégua. Tanto os EUA como a Rússia, que no domingo se comprometeu a estender o cessar-fogo à província de Aleppo, reforçaram sua equipe de especialistas para monitorar o cessar-fogo.

A segunda rodada de negociações de paz entre o regime e a oposição síria terminou sem progressos na semana passada, em Genebra. O Alto Comissariado para as negociações, que reúne as principais forças rebeldes, abandonou o diálogo quando aconteceram os ataques contra Aleppo. O mediador de Mistura advertiu que não fixará uma data para a terceira rodada até que o cessar-fogo seja consolidado.

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