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Espanha está há cinco anos com desemprego acima de 20%

A taxa de desemprego subiu 0,1%, atingindo 21%, e 64.600 postos de trabalho foram fechados

Uma agência de empregos em Madri.Vídeo: CARLOS ROSILLO / EFE
Manuel V. Gómez

Cinco anos e meio com uma taxa de desemprego acima de 20%. São 66 meses seguidos. A economia espanhola está crescendo, mas não o suficiente para que o mercado de trabalho comece o ano com o pé direito. O primeiro trimestre costuma ser ruim para os indicadores de emprego e desemprego. E assim foi em 2016. O número de desempregados aumentou em 11.900 pessoas entre janeiro e março, levando a taxa de desemprego a 21%, 0,1% a mais que no trimestre anterior, de acordo com a pesquisa sobre população economicamente divulgada na quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Desde que a taxa de emprego começou a cair em 2007, em meio à grande crise econômica, um em cada cinco postos de trabalho foram fechados. O dado do começo de 2016 situa o número total de desempregados na Espanha em 4.791.400 pessoas. Se em vez de comparar as diferenças entre trimestres observarmos os últimos 12 meses, de um ano para cá há 653.200 pessoas a menos desempregadas, ou seja, 12% a menos do que no primeiro trimestre do ano passado.

Por um lado, o emprego diminuiu, pois foram fechados 64.600 postos de trabalho, e o número total de empregados na Espanha está um pouco acima de 18 milhões, nível atingido no fim de 2015. Apesar da destruição de empregos, esse dado é o menos ruim dos últimos anos. Em 2015, a queda foi de quase o dobro (114.300). A queda do emprego se deve unicamente ao setor privado, que perdeu 82.100 trabalhadores; no entanto, o emprego cresceu no setor público.

Por que foram destruídos 64.600 postos de trabalho enquanto apenas 11.900 pessoas ficaram desempregadas? O aumento do desemprego é menor do que o do emprego porque decresceu a população economicamente ativa, ou seja, aquela que procura trabalho. No início deste ano, o número de pessoas em idade e disposição de trabalhar diminuiu em 52.700, por isso toda a destruição de emprego não resultou em aumento do desemprego. Essa redução, que aconteceu tanto no trimestre como ao longo do ano (78.400), deixou a taxa de ocupação em 59,29%.

O primeiro trimestre do ano na Espanha foi um período auspicioso para a destruição de contratos temporários (106.000 a menos) e para o crescimento de contratos com duração indeterminada (52.400). A taxa de contratos temporários é de 25,04%. Por setores, apenas um cresceu em número de empregados: a indústria.

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