Bélgica traça a primeira conexão entre os atentados de Paris e Bruxelas
O segundo suicida do aeroporto, Najim Laachroui, participou dos ataques de Paris
O Ministério Público confirmou o primeiro vínculo oficial entre os atentados de Bruxelas e Paris. A Procuradoria identificou Najim Laachroui como o segundo suicida do atentado do aeroporto de Bruxelas. Trata-se de um jihadista cujas digitais foram encontradas em vários explosivos utilizados em Paris. É também a pessoa que alugou –com uma identidade falsa– uma casa na localidade francesa de Auvelais e outra em Bruxelas “usadas pelo grupo terrorista [de Paris]”. A revelação se produziu num dia em que a polícia realizou duas grandes operações antiterroristas em Bruxelas, com o resultado de dois suspeitos feridos (em ambos os casos em uma perna, o método empregado quando o detido dá sinais de querer atacar) e a prisão de um terceiro. Assim confirmou o Ministério Público, encarregado da investigação dos atentados de Bruxelas e também da ramificação belga dos ataques em Paris. As duas ações policiais estão relacionadas com a prisão na quinta-feira de um suspeito de terrorismo na França.
Najim Laachroui, que alguns órgãos da mídia anglo-saxã identificam como o artífice de diferentes explosivos utilizados pelo Estado Islâmico (EI), é uma peça-chave nessa conexão entre Paris e Bruxelas. Laachroui, de 24 anos, partiu para a Síria em 2013. Mais tarde, em setembro de 2015, foi detectado ao lado de Abdeslam em um controle na fronteira austro-húngara. E depois dos atentados na França seu DNA foi achado “em um cinturão de explosivos e um pedaço de pano usado no tiroteio da [casa de espetáculos] Bataclan, bem como em um explosivo do Stade de France”, assinalou o Ministério Público.
Com a identificação de Laachroui se conclui uma parte importante do quebra-cabeças dos atentados de Bruxelas, que deixaram 31 mortos e 300 feridos. Esse terrorista foi o segundo suicida que, com Ibrahim el Bakraoui, se explodiu em Zaventem. O terceiro suspeito da foto tirada nesse local continua foragido. No segundo cenário dos ataques, a estação de metrô Maelbeek, só há, até o momento, um suposto autor: Khalid el Bakraoui, também morto e irmão do suicida do aeroporto. Suspeita-se que haja um segundo implicado, mas não há confirmação.
Além de revelar essa novidade, o Ministério Público informou sobre a ocorrência de três detenções durante a operação. A mais importante foi realizada no bairro de Schaerbeek, onde cresceram os irmãos que perpetraram os atentados de terça-feira. Um suspeito relacionado com os atentados de terça-feira foi preso e ferido em uma perna. Toda a praça de Meiser (o centro do distrito) ficou isolada e muitas ruas adjacentes também durante várias horas por causa da operação antijihadista. As autoridades deslocaram para o local muitos veículos de polícia e cães farejadores de explosivos. O aparato incluiu, além de policiais, militares que vigiavam os acessos por estrada. Alguns órgãos da mídia belga informam que testemunhas ouviram duas pequenas explosões.
O Ministério Público confirma uma segunda operação, no distrito de Forest –onde a polícia abateu um terrorista poucos dias antes da detenção de Salah Abdeslam–, e a prisão de um suspeito, Tawfik A. Ele também ficou ferido numa perna. Há uma terceira prisão nesta sexta-feira (de nome Salah A., que coincide com as iniciais do artífice do drama de Paris), realizada na rua de Saint-Gilles.
Três libertados
Em seu comunicado, o Ministério Público inclui também informação das operações realizadas na quinta-feira nas imediações de seu próprio edifício e nos bairros de Bruxelas central, Schaerbeek e Jette. Houve a confirmação de seis presos, mas três deles (Khalid A., Mariam A. e Ali E.) foram postos em liberdade. Fayçal C, Abou A. e outra pessoa cuja identidade não foi informada continuam detidos.
Poucas horas depois do primeiro comunicado por escrito, a procuradoria emitiu um segundo, relativo aos interrogatórios de Salah Abdeslam, o que levou a imprensa do mundo todo a se voltar nesta sexta contra as autoridades belgas. As autoridades afirmam que interrogaram o terrorista em 19 de março, antes dos ataques de Bruxelas, duas vezes. A primeira parte durou uma hora e versou sobre os atentados de Paris. A segunda se referia à sua ordem europeia de prisão e Abdeslam não quis pronunciar-se. No próprio dia dos atentados, esse jihadista foi interrogado de novo, mas se “recusou a dar qualquer declaração”.
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