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‘Esquecida’, seleção brasileira pega o Uruguai pelas eliminatórias

Com Neymar, Brasil recebe o rival em Recife, a partir das 21h45 (de Brasília)

Suárez e Neymar: amigos e rivais.
Suárez e Neymar: amigos e rivais.R. Heathcote (Getty Images)
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Estivesse o Brasil passando por um momento econômico e político mais tranquilo, Dunga estaria vivendo dias mais complicados. Graças ao caos que se instalou em Brasília e no país nas últimas semanas, o técnico da seleção brasileira goza de uma estranha sensação de tranquilidade, quase um esquecimento. Fato que fica muito mais estranho antes de um clássico contra o Uruguai, que acontece nesta sexta, às 21h45, em Recife.

A seleção de Dunga chegou à quinta rodada das eliminatórias em terceiro lugar na tabela, com 7 pontos, mesmo número de Paraguai, Chile e Colômbia, que ficam para trás apenas no saldo de gols. Instável, o Brasil acumula duas vitórias (sobre Venezuela e Peru), um empate (contra a Argentina) e uma derrota (para o Chile). Críticas não faltam ao trabalho do treinador, que já se viu na mira do povo brasileiro algumas vezes desde que reassumiu a equipe, logo após a humilhante Copa de 2014. Talvez Dunga ainda esteja pagando pelo 7 a 1, mas o fato é que ele anda na corda bamba e não tem conseguido convencer os brasileiros de que merece ocupar o cargo mais importante do futebol do país.

Para ‘proteger’ o técnico e, por consequência, os jogadores, a CBF levou o jogo mais uma vez para o Nordeste, que costuma receber a seleção com carinho independentemente dos resultados. Não é coincidência que todos os jogos do Brasil como mandante nas eliminatórias tenham sido em cidades da região. Fortaleza teve público de 38.970 pessoas na vitória por 3 a 1 sobre a Venezuela, e 45.558 pagantes estiveram no 3 a 0 sobre o Peru, em Salvador. Ótimos públicos para empurrar a equipe rumo à Copa de 2018. “O povo aqui é mais caloroso, eles vivem mais a seleção brasileira e ficam felizes de estarmos aqui. Espero que possamos corresponder tudo isso com bom futebol. Se não der, pelo menos a vitória”, disse Neymar ontem, em entrevista coletiva.

Além do refúgio no Nordeste, Dunga conta também com o que tem de melhor dentro de campo para levar o time a um resultado convincente contra o Uruguai. Neymar obviamente é a estrela, mas outros jogadores também dão ao torcedor esperança de dias melhores. O atacante Jonas, por exemplo, é o maior artilheiro da Europa neste momento. Com 30 gols em 37 jogos pelo Benfica nesta temporada, ganhou a vaga no lugar de Firmino, que se machucou e foi cortado. Ficará no banco de reservas, mas aparece como uma boa alternativa para o ataque, que antes contava apenas com Ricardo Oliveira como jogador de área. Outro que chega em alta é Douglas Costa, pupilo de Pep Guardiola no Bayern de Munique e um dos grandes destaques da equipe alemã. Na Inglaterra, Philippe Coutinho tem roubado a cena nos jogos do Liverpool. Jogadores importantes em seus clubes levam para a seleção um toque de criatividade e capacidade de improviso, coisa que tem faltado nos últimos anos.

Pelo lado uruguaio, o destaque é o retorno de Luis Suárez, que não joga uma partida oficial pela seleção desde a fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, quando o Uruguai venceu a Itália, ele mordeu o zagueiro Chiellini e foi suspenso pela FIFA. Perdeu a Copa América e as quatro primeiras rodadas das eliminatórias. “Vou voltar jogando com a mesma atitude de sempre, pressionando, brigando, mas agora com mais moderação e inteligência”, garante o companheiro de Neymar no Barcelona. Amigos fora de campo, os dois astros fizeram uma aposta: quem perder pagará um hambúrguer para o vencedor.

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