Terremoto de 6,3 sacode Andaluzia e Melilla, no Sul da Espanha
Pelo menos 26 ficaram feridos em Melilla. Linhas telefônicas e energia elétrica foram interrompidos
Um terremoto de magnitude 6,3 foi registrado nesta segunda-feira a 162 quilômetros a sudeste de Málaga, no mar de Alboran, ao sul da Espanha. O sismo foi sentido em toda a costa de Málaga, Granada e Almeria, bem como em Sevilha, Jaén e Melilla. Pelo menos 26 pessoas ficaram feridas em Melilla, segundo a Delegação do Governo. Desde o momento do sismo, às 4h22, todas as comunicações telefônicas e o fornecimento de energia elétrica foram interrompidos. O medo de réplicas e desmoronamentos levou muita gente para a rua, segundo informou o presidente da Cidade Autônoma, Juan José Imbroda. Os bombeiros de Melilla receberam uma enxurrada de chamados. Foram detectadas rachaduras em alguns edifícios, e as aulas estão suspensas até que sejam avaliados os danos nas escolas.
O Governo da Cidade Autônoma e a Delegação do Governo constituíram um comitê de avaliação do sismo. O serviço 112 recomendou que não sejam utilizados veículos particulares, para facilitar a circulação dos veículos de emergência.
#terremoto #TerremotoMelilla Ante probables réplicas presten atención a posible caída de cascotes de edificios. https://t.co/qO94v3L95O
— Cruz Roja Española (@CRE_Emergencias) January 25, 2016
Em Málaga, o tremor foi sentido com maior intensidade. O sismo foi o segundo em apenas quatro dias e alarmou especialmente os malaguenhos. “Foi terrível, o prédio se mexia como uma folha de papel”, conta Ricardo Álvarez, que mora no sétimo andar de um bloco de apartamentos situado na região de pescadores El Palo. “Foi eterno. Não sei quantos segundos durou, mas para mim pareceu muito longo”, afirma. Na capital da Costa do Sol nem os bombeiros nem a polícia local têm uma estimativa de danos materiais em edificações ou de desmoronamentos.
O epicentro foi registrado no mar der Alboran, entre Alhucemas e Melilla. Depois do terremoto maior, o Instituto Geográfico Nacional (IGN) registrou sete réplicas, sendo as mais fortes à das 5h34, de magnitude 4,5, e a das 8h10, de 4,4. Trata-se do segundo sismo registrado na região nos últimos dias. Na quinta-feira houve um de magnitude 4,9 com epicentro nessa mesma zona, seguido de uma réplica de magnitude 3,0. “O da semana passada eu notei, e este ainda mais. Estamos com a pulga atrás da orelha”, diz o morador de El Palo.
A governadora da Andaluzia, Susana Díaz, afirmou que, depois do susto, a situação é de normalidade, apesar de os serviços públicos estarem em alerta para qualquer necessidade. O terremoto foi sentido com intensidade na região do Poniente Almeriense, em municípios como Roquetas, Adra e El Ejido. Na região do Levante passou mais desapercebido, mas foi tema de todas as conversas. Antonia López, residente em Almería, capital, conta que o terremoto derrubou alguns objetos em sua casa. “Acordei e percebi como a cama tremia. Levantei-me porque ouvi o barulho de alguma coisa caindo. Era uma jarra do móvel da sala”, afirma.
Mercedes Fernández, de Berja, também acordou devido ao sismo. “A cama se mexia, como se alguém estivesse balançando-a. Ouvi o barulho que os objetos da sala faziam, tatatatata...”.
Granada, uma das regiões sísmicas de mais intensidade na Andaluzia, não sentiu este abalo especialmente. Os serviços de emergência registraram apenas cerca de trinta chamados pedindo informações, diante dos quase 300 registrados em Málaga. Carmen, uma vizinha de Almuñécar, de 80 anos, descreveu a noite desta forma: “Sentimos perfeitamente, porque moro no décimo andar. Passei por muitos terremotos. Mas esta noite não me assustei. Em minha idade, já estou acostumada.” Esta vizinha garante que, depois do movimento sísmico principal, não voltou a sentir as réplicas.
Uma região de muita atividade sísmica
Os especialistas conhecem bem a região em que ocorreu o terremoto de 6,3 graus desta madrugada. O epicentro ficou a 20 quilômetros de Alhucemas e a cerca de 100 de Melilla, segundo os dados fornecidos pelo diretor da Rede Sísmica Nacional, Emilio Carreño. “Aconteceu em uma faixa de muita atividade sísmica”, detalha. Essa faixa, onde há várias falhas, vai de El Ejido até Alhucemas. “Costumam ocorrer no mar e são superficiais, registram-se a cerca de 10 quilômetros de profundidade”, acrescenta. Foi o que aconteceu neste caso também.
O maior abalo sísmico registrado na região data de 2004 e chegou a 6,5 graus. Carreño ressalta que no desta madrugada “não houve danos pessoais e os danos materiais são pequenos e não estruturais”. Às 10:00 o IGN tinha contabilizado cerca de 20 réplicas de mais de 3 graus. “As quatro últimas já foram em terra, no Marrocos”, afirma. “Continuará havendo réplicas que serão sentidas pela população”, prevê Carreño.
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