Atentado em universidade do Paquistão deixa ao menos 21 mortos
Talibã nega a autoria do ataque, pouco após um dos líderes ter assumido o atentado
Um ataque terrorista a uma universidade do noroeste do Paquistão matou ao menos 21 pessoas, entre estudantes e professores, na manhã desta quarta-feira (hora local), segundo a polícia local. Ainda não está claro, porém, se esse número inclui os agressores, mas as vítimas ainda podem aumentar, já que há também cerca de 30 feridos, e as forças de segurança permaneciam nos edifícios do campus até o final da manhã. Inicialmente, um líder do Talibã paquistanês assumiu a autoria do atentado terrorista na Universidade Bacha Khan, em Charsadda, uma cidade que fica 50 quilômetros ao norte de Peshawar, na província do Khyber Pakhtunkhwa. Entretanto, um porta-voz talibã desmentiu posteriormente a informação e, portanto, ainda não se sabe quem cometeu o atentado.
As primeiras informações apontam que ao menos quatro terroristas aproveitaram a espessa névoa que fazia no começo da manhã para escalar os muros externos do campus da universidade e então entraram em alguns edifícios, abrindo fogo indiscriminadamente contra estudantes e professores.
“A operação terminou, a polícia e as forças de segurança estão agora varrendo a zona em busca de pistas”, afirmou Saeed Wazir, subchefe da polícia provincial, várias horas depois de os disparos começarem a ser ouvidos. O porta-voz não esclareceu se isso incluía os quatro autores do atentado.
Entretanto, uma fonte de segurança disse à Reuters que o número de mortos poderá chegar a 40, à medida que os militares examinam as salas de aula e os alojamentos estudantis. Entre os mortos há alunos, vigilantes, policiais e pelo menos um professor, segundo um membro das equipes de resgate.
As primeiras notícias sobre o fato trouxeram à lembrança a matança de 2014 em uma escola de Peshawar, que deixou 134 mortos, a maioria alunos. Como naquela ocasião, o Talibã paquistanês assumiu a autoria do ataque desta quarta-feira.
O Movimento do Talibã do Paquistão (TTP, na sigla em idioma pashtun) é uma organização geral sob a qual se agrupam cerca de 30 facções islâmicas armadas que dizem lutar para derrubar o Governo de Islamabad e estabelecer um Estado islâmico. Esses grupos parecem ter uma especial fixação pelas instituições educacionais. Além dos dois ataques mencionados, eles já destruíram numerosas escolas primárias (sobretudo femininas) em todo o país, e em 2012 tentaram assassinar Malala Yousafzai, a jovem ativista pelo direito à educação das meninas, que dois anos mais tarde terminaria recebendo o Prêmio Nobel da Paz.
Segundo um vice-reitor da Universidade Bacha Khan, havia 600 convidados no campus, além dos 3.000 universitários habituais, porque a instituição realizaria na tarde de quarta um recital de poesia para marcar o aniversário da morte de Khan Abdul Ghaffar Khan, um popular ativista da independência de etnia pashtun, que dá nome à universidade. O Talibã paquistanês tem sua base social nessa comunidade e habitualmente explora seu nacionalismo. Os pashtuns constituem aproximadamente 20% dos 200 milhões de paquistaneses e metade dos 32,5 milhões de afegãos.
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