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PT afasta Delcídio e abre investigação

Executiva nacional do partido decidiu abrir processo que pode expulsá-lo da legenda

Rui Falcão na coletiva desta sexta.
Rui Falcão na coletiva desta sexta.Carlos Villalba R (EFE)

A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu abrir um processo disciplinar no conselho de ética da sigla contra o senador Delcídio do Amaral, preso no último dia 25 de novembro após ser gravado tramando a fuga do país do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que o implicaria em uma delação premiada. O senador também terá sua filiação suspensa por 60 dias, assim como verá  cancelada sua prerrogativa de líder no Senado, caso seja solto neste período. Ao final do processo, Amaral poderá ser expulso do partido.

A prisão do senador foi mais um golpe para a imagem do partido, que já teve, neste ano, seu tesoureiro, João Vaccari Neto, preso e condenado por corrupção após investigação da Operação Lava Jato. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, empreiteiras pagavam propinas a Vaccari para conseguir contratos com a Petrobras. O comportamento do PT no caso de Delcídio, um petista que enfrentava arestas mesmo dentro da própria sigla, se diferencia de outros casos. Vaccari, por exemplo, não foi afastado do partido e foi bastante defendido pelos petistas durante a investigação.

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“Vamos aplicar o artigo 246, que considera as atividades dele passíveis de expulsão”, explicou o presidente da sigla, Rui Falcão, durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira. Falcão já havia afirmado que o senador “traiu a confiança do PT, do Governo Dilma e frustrou seu próprio eleitorado”. Logo após a prisão do senador, ele também divulgou uma nota afirmando que as tratativas de Amaral, flagradas em conversa gravada pelo filho de Cerveró, não tem qualquer relação com a atividade partidária e que, por isso, o PT não se julgava obrigado a “qualquer ato de solidariedade”.

O senador acabou preso em Brasília após um pedido do Ministério Público Federal. Em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, e entregue à Justiça, o senador propôs um plano de fuga que envolveria a ida de avião do ex-diretor da Petrobras até o Paraguai e, posteriormente, para Madri. Na conversa, o senador afirmava que ministros do Supremo estariam dispostos a soltar envolvidos na Lava Jato que estão presos no momento, o que facilitaria o plano.

Ele afirmava ainda que, em troca do silêncio dele na delação premiada, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, também preso e citado na delação de Cerveró, seria o responsável por um aporte de 4 milhões de reais para a fuga e mais uma pensão de 50.000 reais.

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