Ataque a boate no Cairo, Egito, deixa pelo menos 16 mortos
Ministério do Interior afirma que o motivo da ação pode ter sido uma briga de empregados
Pelo menos 16 morreram e outras três ficaram feridas na manhã desta sexta-feira num incêndio provocado pelo lançamento de vários coquetéis molotov contra um restaurante e boate do bairro de Aguza, centro do Cairo. Segundo nota do Ministério do Interior, o motivo da ação não seria terrorista, e sim provavelmente um ajuste de contas entre funcionários. Um deles foi identificado como uma das duas pessoas que lançaram o artefato explosivo de uma moto. As autoridades estão na zona para tentar prender os responsáveis.
O ataque ocorreu por volta das 7h (2h pelo horário de Brasília) desta sexta, dia principal de oração no islã e início do fim de semana no Egito. O estabelecimento chama-se Al Sayad e fica na rua Al Nil, paralela ao rio Nilo. Segundo a agência Efe, três horas depois do incidente as equipes de bombeiros já haviam apagado as chamas, mas o lugar ficou completamente destruído. Citando fontes médicas, a imprensa local afirma que a maioria das vítimas morreu de asfixia ou em decorrência da inalação de gases tóxicos.
De acordo com informação prestada por um agente das forças de segurança à Reuters, um dos suspeitos do ataque foi demitido da boate recentemente. O prefeito do distrito de Aguzam, Ahmed Adelrahim, confirmou que o incidente tratou-se de um “ação criminosa”, provavelmente um ato de vingança, e descartou o terrorismo.
A violência parece ter se transformado num problema endêmico no Egito após a revolução que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, e sobretudo depois do golpe de Estado de 2013 que depôs o presidente islamista Mohamed Morsi, o primeiro eleito com garantias democráticas. Desde então, formou-se uma insurgência tenaz de inspiração islamista que cometeu mais de mil atentados, a maioria contra as forças de segurança. Estima-se que pelo menos 700 pessoas morreram, entre policiais e militares.
Até o momento, o único ato terrorista de grandes dimensões contra um objetivo civil foi a derrubada de um avião civil russo na península do Sinai, que provocou a morte das 224 pessoas a bordo. A filial do autoproclamado Estado Islâmico (EI) no Egito, Wilayat Sina (“Província do Sinai”), o grupo terrorista mais ativo da insurgência, reivindicou a ação, embora as autoridades egípcias afirmem que a investigação não ofereceu nenhuma prova conclusiva do motivo do atentado. Ao contrário de outros países da região, como a Tunísia, o Egito não registrou nenhum atentado indiscriminado contra alvos turísticos.
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