Cunha é vaiado por correligionários do PMDB, que pedem sua saída
Presidente da Câmara diz que legenda não pode se calar por meia dúzia de carguinhos
Assim que a comitiva do vice-presidente Michel Temer entrou no Hotel Nacional, em Brasília, um militante peemedebista que participava do encontro da legenda nesta terça perguntou aos repórteres: “O que o Eduardo Cunha está fazendo ao lado do Michel? Ele não percebe que é uma vergonha para o partido?”. Mais tarde, quando teve seu nome mencionado no autofalante e enquanto discursava, Cunha sentiu o peso das críticas internas. Foi a primeira vez que militantes do PMDB o vaiaram publicamente.
Antes, poucos peemedebistas haviam o criticado publicamente, como o senador capixaba Ricardo Ferraço e o deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos. Os apupos durante o encontro do PMDB foram tímidos, mas ao menos três vezes militantes gritaram: “Fora Cunha”.
Implicado na Operação Lava Jato, onde é suspeito de receber propina, e investigado por ter contas não declaradas na Suíça, Cunha só tinha, até agora, sido alvo de protestos em Brasília de alguns congressistas que fazem oposição a ele e de representantes de movimentos sociais que apoiam o Governo Dilma Rousseff – de quem declara ser adversário. Um processo de cassação contra ele caminha no Conselho de Ética da Câmara e um relatório pedindo que ele perca o mandato foi entregue nesta semana. Pelas ruas do Brasil, porém, ele tem sido continuamente criticado, principalmente por coletivos de mulheres que protestam contra o projeto de lei 5069, que prevê alterações no atendimento de vítimas de abuso sexual.
Quando recebeu uma “baldada” de dólares falsos, no último dia 5 durante uma entrevista coletiva na Câmara, Cunha disse que era alvo de grupos pagos para criticá-lo. Na ocasião, o manifestante era um dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), um movimento social ligado ao PT. Nesta terça-feira, ao ouvir as vaias, só respondeu que o PMDB não podia se calar por “meia dúzia de carguinhos”. Hoje, o partido tem sete ministros no Governo Rousseff.
Um fato que chamou a atenção foi que os 20 representantes de movimentos sociais que pedem o impeachment de Rousseff, afirmam ser de grupos contra a corrupção e estavam no mesmo evento não falaram uma única palavra contra o presidente da Câmara dos Deputados. A ausência de críticas por parte deles é estratégica: acreditam que se mantiverem o silêncio têm mais chances de que Cunha aceite abrir um dos pedidos de impeachment da Presidenta que tramitam no Legislativo.
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