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Mulheres protestam contra Cunha pela terceira vez em duas semanas

Em São Paulo e no Rio, manifestantes voltaram às ruas nesta quinta contra PL 5069. Texto, em tramitação na Câmara, complica o acesso das mulheres ao aborto legal no Brasil

Mulheres protestam contra Cunha na Avenida Paulista.
Mulheres protestam contra Cunha na Avenida Paulista.

Pela terceira vez em duas semanas, as mulheres voltaram às ruas nesta quinta-feira para protestar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), um dos autores do projeto de lei (PL 5069) que cria novas regras para o atendimento a vítimas de abuso sexual. Na prática, o texto dificulta o acesso ao aborto legalmente permitido no Brasil. Em São Paulo, o ato, que reuniu cerca de 2000 pessoas, segundo organizadoras do movimento, teve a presença de mães acompanhadas de suas filhas e também protesto em frente à Secretaria de Educação do Estado que tem um plano de reorganização de escolas no estado. No Rio de Janeiro, a marcha acabou na Cinelândia e também prestou uma homenagem às mulheres mortas após realizarem abortos inseguros – em 2014, dois casos chocantes aconteceram, em apenas um mês, na cidade.

Leia análises e reportagens sobre o tema e veja quais foram os principais momentos dos atos.

Em São Paulo, parte das manifestantes irão para as escolas que estão ocupadas por estudantes contra a reorganização escolar de Alckmin. O ato das mulheres contra Cunha está se encerrando.
O próximo ato será dia 18 em Brasília, na Marcha das Mulheres Negras, e no dia 25 de novembro, dia de luta mundial contra a violência contra as mulheres.
A marcha em São Paulo chega ao Largo do Paiçandu, onde será encerrada. Não houve registro de confrontos até o momento.
Em São Paulo o ato parou em frente à Secretaria de Educação do Estado para falar do fechamento das escolas pelo governo Alckmin. "A educação é uma pauta feminina", disseram durante o jogral
Homenagem às mulheres mortas após realizarem abortos inseguros.Rio teve dois casos chocantes em 2014 em menos de um mês. Jandira foi mutilada e carbonizada após complicações na cirurgia e Elizângela morreu abandonada na calçada antes de poder chegar no hospital.Ambas eram mães
: Em São Paulo a marcha segue com menos força para o centro. Neste momento, em frente à Praça Roosevelt.
Em São Paulo, a marcha parou em frente ao Mackenzie, na Consolação, e lembrou de um episódio de racismo ocorrido no local há uma semana. O banheiro foi pichado com frases racistas. "Racistas, machistas, não passarão", gritaram
Um dos homens participantes afirma que o aborto "não é uma questão só das mulheres e sim do conjunto da sociedade". 7 anos atrás, quando ele tinha 15, a namorada, de 18, engravidou. "Ela não soube o que fazer e tomou remédio para abortar.Ficou muito mal física e psicologicamente"
Ativistas feministas dos anos 70, um grupo de idosas acompanhou a passeata. "Antes o feminismo era uma forma de resistência à ditadura, mas hoje ele dialoga muito mais com outras causas, a pesar do retrocesso imposto pelos fundamentalistas desse país", dizem
O protesto no Rio está prestes a terminar na Cinelândia sem nenhum incidente. A polícia não oferece dados oficiais de participantes no local, mas entre mil e 2.000 manifestantes enchem a praça.
A advogada Clarice Chacon, de 26 anos, destaca o fato de terem sido as mulheres as primeiras a saírem nas ruas contra Cunha, assim como a juventude de muitas delas."Há uma nova geração de mulheres que sabem que precisam lutar para garantir seus direitos. A Internet as empoderou"
O movimento das mulheres segue descendo a Consolação em São Paulo após parte do grupo deixar a marcha para ir em direção à escola Fernão Dias.
Uma parte dos manifestantes em São Paulo decidiu ir para a escola estadual Fernão Dias, ocupada por estudantes desde ontem contra o fechamento de escolas de Alckmin
A capa do EL PAÍS Brasil neste momento.
A marcha neste momento em São Paulo está parada no início da Consolação, que está fechada apenas no sentido centro.
Em artigo ao EL PAÍS Brasil, militantes Helena Zelic e Sarah de Roure, da Marcha Mundial das Mulheres, explicam protestos de hoje. http://cort.as/Z7HZ
Várias mulheres trouxeram seus filhos para a marcha em São Paulo. Ana Catarina é uma delas, que trouxe Ian, de quatro meses, no carrinho. "Já tomei a pílula do dia seguinte e sou a favor do aborto. Essa lei é um retrocesso", diz sobre o PL 5069
Em São Paulo, a marcha desce a Consolação neste momento
A marcha do Rio, encabeçada como em São Paulo por mulheres negras, chegou na Cinelândia. Monica Aquino, professora de geografia, encontrou suas alunas na rua, na primeira manifestação das meninas
“Para satisfazer a crença ou a imbecilidade de qualquer deputado, não se pode colocar a vida da mulher em risco”, destaca Jefferson Drezett, coordenador do serviço de aborto legal do hospital Pérola Byington. http://cort.as/Z7Fd

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