Hungria usa gás lacrimogêneo para barrar os refugiados
Um grupo de refugiados atira garrafas e pedras contra policiais húngaros
A polícia da Hungria utilizou gás lacrimogêneo e um canhão de água contra os migrantes concentrados na fronteira com a Sérvia, segundo informou a agência Reuters. As forças de segurança húngaras denunciaram que um grupo de migrantes “agressivos” havia conseguido romper o portão da passagem da fronteira com a Sérvia. Um grupo de refugiados atirou garrafas e pedras contra os policiais. “A polícia está adotando medidas legais e destinadas a proteger a fronteira húngara e a fronteira exterior da União Europeia”, argumentou o corpo de segurança em um comunicado. Mais de 2.000 refugiados se aglomeram na fronteira da Sérvia com a Hungria, exigindo autorização para ingressar em território húngaro.
As autoridades húngaras interceptaram 519 refugiados por terem cruzado a fronteira com a Sérvia de forma ilegal desde a meia-noite de segunda-feira até a terça-feira, sendo o cruzamento ilegal da fronteira considerado um crime cabível de punição de um a três anos de prisão, chegando a cinco anos no caso de a pessoa estar armada ou ter danificado a cerca construída para conter os imigrantes. Até o momento, foram abertas 91 ações penais por cruzamento ilegal da fronteira, segundo György Bakondi, assessor de segurança nacional do Governo húngaro. Nos dias anteriores à entrada em vigor dessa lei, vários milhares de pessoas entraram na Hungria diariamente.
Com o fechamento da fronteira húngara, os refugiados barrados na Sérvia começaram a buscar rotas alternativas para a Europa Ocidental, sobretudo através da vizinha Croácia. Muitos deles chegaram nesta quarta-feira, vindos de ônibus, à cidade sérvia de Sid, perto da fronteira com a Croácia, em um primeiro sinal de que as rotas dos imigrantes para a Europa Ocidental começaram a se alterar, diante da impossibilidade de passar pela Hungria. A Croácia deslocou um efetivo de 6.000 policiais para suas fronteiras a fim de poder gerir a possível chegada de refugiados.
O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou nesta quarta-feira, diante do Parlamento, que todos os refugiados que chegarem ao seu país poderão atravessá-lo em direção à Alemanha. “Poderão passar pela Croácia, vamos ajudá-los nisso”, disse ele, depois de os primeiros grupos de imigrantes terem cruzado, nesta manhã, a fronteira entre Sérvia e Croácia. O ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, garantiu que 277 migrantes entraram no país a partir da Sérvia desde o fechamento da fronteira da Hungria. “Esse número está crescendo”, acrescentou. O primeiro-ministro planeja se reunir com o chanceler austríaco, Werner Faymann, para tratar da crise migratória. O encontro será realizado, provavelmente, nesta quinta-feira. “É evidente que as pessoas não querem ficar na Croácia”, declarou o dirigente croata. “Levamos em conta, antes de mais nada, os interesses da Croácia, sua segurança, mas também não podemos esquecer que somos seres humanos, em sua maioria cristãos”, afirmou o dirigente croata.
Na Áustria, as forças de segurança deram início, nesta manhã, aos controles em três passagens fronteiriças com a Hungria, os quais devem ser expandidos para outros dez pontos fronteiriços, segundo fontes oficiais. Até o momento, essas averiguações se concentram na fronteira com a Hungria, embora não esteja descartado que se ampliem também para a fronteira com a Eslovênia, nos Estados de Estíria e Carintia, mais ao sul do país.
A polícia austríaca é apoiada por centenas de soldados do Exército federal na região de fronteira, não apenas para tarefas de controle, mas também para ajuda humanitária aos refugiados.
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