_
_
_
_
_

Hungria usa gás lacrimogêneo para barrar os refugiados

Um grupo de refugiados atira garrafas e pedras contra policiais húngaros

Foto: atlas | Vídeo: GETTY/ATLAS

A polícia da Hungria utilizou gás lacrimogêneo e um canhão de água contra os migrantes concentrados na fronteira com a Sérvia, segundo informou a agência Reuters. As forças de segurança húngaras denunciaram que um grupo de migrantes “agressivos” havia conseguido romper o portão da passagem da fronteira com a Sérvia. Um grupo de refugiados atirou garrafas e pedras contra os policiais. “A polícia está adotando medidas legais e destinadas a proteger a fronteira húngara e a fronteira exterior da União Europeia”, argumentou o corpo de segurança em um comunicado. Mais de 2.000 refugiados se aglomeram na fronteira da Sérvia com a Hungria, exigindo autorização para ingressar em território húngaro.

Mais informações
Hungria fecha fronteira e criminaliza entrada ilegal de refugiados
EDITORIAL | Egoísmos nacionais
Rasteira de jornalista húngara deixa imprensa de seu país escandalizada
Alemanha ameaça os países que se opõem às cotas de refugiados
Crise imigratória na UE se agrava com o regresso de controles fronteiriços

As autoridades húngaras interceptaram 519 refugiados por terem cruzado a fronteira com a Sérvia de forma ilegal desde a meia-noite de segunda-feira até a terça-feira, sendo o cruzamento ilegal da fronteira considerado um crime cabível de punição de um a três anos de prisão, chegando a cinco anos no caso de a pessoa estar armada ou ter danificado a cerca construída para conter os imigrantes. Até o momento, foram abertas 91 ações penais por cruzamento ilegal da fronteira, segundo György Bakondi, assessor de segurança nacional do Governo húngaro. Nos dias anteriores à entrada em vigor dessa lei, vários milhares de pessoas entraram na Hungria diariamente.

Com o fechamento da fronteira húngara, os refugiados barrados na Sérvia começaram a buscar rotas alternativas para a Europa Ocidental, sobretudo através da vizinha Croácia. Muitos deles chegaram nesta quarta-feira, vindos de ônibus, à cidade sérvia de Sid, perto da fronteira com a Croácia, em um primeiro sinal de que as rotas dos imigrantes para a Europa Ocidental começaram a se alterar, diante da impossibilidade de passar pela Hungria. A Croácia deslocou um efetivo de 6.000 policiais para suas fronteiras a fim de poder gerir a possível chegada de refugiados.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou nesta quarta-feira, diante do Parlamento, que todos os refugiados que chegarem ao seu país poderão atravessá-lo em direção à Alemanha. “Poderão passar pela Croácia, vamos ajudá-los nisso”, disse ele, depois de os primeiros grupos de imigrantes terem cruzado, nesta manhã, a fronteira entre Sérvia e Croácia. O ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, garantiu que 277 migrantes entraram no país a partir da Sérvia desde o fechamento da fronteira da Hungria. “Esse número está crescendo”, acrescentou. O primeiro-ministro planeja se reunir com o chanceler austríaco, Werner Faymann, para tratar da crise migratória. O encontro será realizado, provavelmente, nesta quinta-feira. “É evidente que as pessoas não querem ficar na Croácia”, declarou o dirigente croata. “Levamos em conta, antes de mais nada, os interesses da Croácia, sua segurança, mas também não podemos esquecer que somos seres humanos, em sua maioria cristãos”, afirmou o dirigente croata.

Na Áustria, as forças de segurança deram início, nesta manhã, aos controles em três passagens fronteiriças com a Hungria, os quais devem ser expandidos para outros dez pontos fronteiriços, segundo fontes oficiais. Até o momento, essas averiguações se concentram na fronteira com a Hungria, embora não esteja descartado que se ampliem também para a fronteira com a Eslovênia, nos Estados de Estíria e Carintia, mais ao sul do país.

A polícia austríaca é apoiada por centenas de soldados do Exército federal na região de fronteira, não apenas para tarefas de controle, mas também para ajuda humanitária aos refugiados.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_