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Coluna
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A dieta de Dilma e a minha cervejinha

Aplicar medidas de ajuste fiscal é fácil. Quero ver é cortar a sobremesa e o happy hour

Dilma de bike, pedalando magra por Brasília.
Dilma de bike, pedalando magra por Brasília.EVARISTO SA (AFP)

O corte de gastos do Governo é notícia velha. O que o brasileiro quer mesmo saber é o que a Dilma cortou da alimentação para perder 15 quilos. É, meus amigos... Se até a presidenta, no alto dos seus 67 anos e da lotadíssima agenda de eventos boca livre conseguiu emagrecer, acabaram as desculpas. É hora de enfrentar os fatos: a Dilma cortou o pão de sal e eu terei de cortar minha cervejinha.

Há meses as quatro palavras mais ouvidas nos corredores do Palácio do Planalto e das redações dos jornais brasileiros são: ajuste fiscal e método Ravenna. Mas aplicar as medidas de arrocho no Brasil é uma tarefa relativamente fácil: basta chamar o Joaquim Levy de canto e torcer para o Eduardo Cunha não dar (mais) trabalho na Câmara que o país encara sua dieta também. Perder peso, porém, é uma missão indelegável. Não adianta mandar o Aloizio Mercadante andar de bicicleta. Para aparecer enxuta e toda faceira nas páginas dos jornais, quem teve de pedalar foi a Dilma.

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Aos poucos, o círculo vai se fechando. Enquanto a hashtag #Dilmagra ganha espaço nas redes sociais, cresce a (minha) pressão para encarar a balança. É oficial: neste ano, Brasília superou o Rio de Janeiro como cidade motivadora do projeto verão – edição 2015, agora vai. Se nos anos passados o sonho de usar biquíni nas praias da Cidade Maravilhosa me fazia encarar um regime espartano de segunda à quarta-feira, neste ano, foi Dilma e o bumbum de Paolla Oliveira em um hotel da capital federal que me inspiraram a tomar overdoses diárias de chá de gengibre com canela. A ver os resultados.

Sem saber, Dilma deu mais um motivo aos habitantes do Tucanistão para ser odiada. “Como se não bastasse os desmandos desse Governo aí, ela ainda me aparece magra! Magra!!!”, desabafou uma senhora, alguns anos mais jovem que a presidenta, que abertamente já não simpatizava com a nossa governante – agora, muito menos. “Porque aumento de impostos e denúncias de corrupção a gente até tolera. Mas aparecer magra... Aaaah, isso aí já é pessoal!”.

Antes e depois: Dilma em fevereiro (à esq.) e em junho.
Antes e depois: Dilma em fevereiro (à esq.) e em junho.PR

Marina Novaes é jornalista no EL PAÍS Brasil. Não tem nenhum livro publicado, mas é gente fina.

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