_
_
_
_

EUA retiram Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo

O próximo passo do processo deve ser a reabertura das embaixadas

Marc Bassets
Raúl Castro e Barack Obama, em abril deste ano.
Raúl Castro e Barack Obama, em abril deste ano.JONATHAN ERNST (REUTERS)

Nesta sexta feira, os Estados Unidos retiraram Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo. A decisão é um passo fundamental para a normalização das relações entre os dois países, adversários há mais de meio século, iniciada em dezembro passado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro.

O secretário de Estado, John Kerry, decidiu retirar Cuba da lista negra ao concluir que este país “não proporcionou nenhum tipo de apoio ao terrorismo internacional durante os seis meses anteriores” e que deu “garantias de que não apoiará atos de terrorismo internacional no futuro”, disse Jeff Rathke, porta-voz do Departamento de Estado, em comunicado.

Mais informações
Lobby sobre o Congresso dos EUA para acabar com restrições a Cuba
Raúl Castro está disposto a reabrir o quanto antes embaixadas com os EUA
Buscando em Cuba o novo Eldorado
Obama quer ir a Cuba
Obama decide retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo
As Américas inauguram um novo ciclo histórico
Obama e Raúl deixam para trás o conflito que dividiu a América

“Os Estados Unidos continuam tendo importantes preocupações e desacordos sobre uma ampla gama de políticas e ações de Cuba”, mas “estão fora dos critérios pertinentes para a rescisão da designação de estado patrocinador do terrorismo”, acrescenta o comunicado do Departamento de Estado.

Cuba figurava na lista de 1982. Em plena Guerra Fria, o Governo Reagan a incluiu em virtude do apoio a grupos insurgentes na América Latina. Um dos argumentos usados pelo Departamento de Estado para manter o país caribenho na lista era que abrigava membros do ETA e das FARC, além de foragidos da Justiça norte-americana.

A retirada da lista é mais um passo no processo de degelo. Os prazos burocráticos são cumpridos.

Em dezembro de 2014, o democrata Obama pediu que Kerry revisasse a designação de Cuba como estado patrocinador do terrorismo. Em 8 de abril de 2015, Kerry recomendou que Obama retirasse Cuba da lista. Em 14 de abril, três dias após sua primeira reunião cara a cara com Castro, no Panamá, Obama enviou ao Congresso um relatório com os motivos da decisão.

Para freá-la, o Congresso precisaria ter adotado uma lei alternativa. Apesar da maioria republicana em ambas as Câmaras, essa via era improvável. Passado o prazo de prescrição, de 45 dias, a decisão se torna efetiva.

O próximo passo do processo de reconciliação deve ser a reabertura das embaixadas, cuja condição, para Havana, era sua retirada da lista terrorista. As relações diplomáticas foram interrompidas em 1961, após a revolução que levou os Castro ao poder.

Antes de Cuba, o último país a ser retirado da lista de patrocinadores do terrorismo foi a Coreia do Norte, em 2008, durante o Governo do republicado George W. Bush.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_