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Seis meses e uma derrota eleitoral depois, PSDB dá o troco no PT na TV

Sigla se diz "oposição a favor do Brasil" e celebra panelaço por promessas não cumpridas

Rodolfo Borges
Frame da propaganda de TV do PSDB.
Frame da propaganda de TV do PSDB.Reprodução (PSDB)

Seis meses e uma derrota eleitoral depois, o PSDB enfim conseguiu dar seu troco à campanha que reelegeu a presidenta Dilma Rousseff em outubro. E ao melhor estilo João Santana, o marqueteiro a quem a permanência do PT no Palácio do Planalto foi atribuída. Enquanto na propaganda de Santana a comida sumia da mesa das famílias brasileiras como consequência direta da autonomia do Banco Central, em crítica ao programa de Marina Silva, o programa tucano mostra um casal com filhos exposto ao temporal depois que o guarda-chuva que os protege é retirado, enquanto o locutor diz que o "Governo corta direitos e benefícios".

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Após dar um passo em falso na direção dos grupos que defendem o impeachment e titubear no posicionamento sobre a lei da terceirização, o PSDB mostra que segue em busca de encaixar um discurso para desgastar o Governo. Em meio às históricas divergências internas, o partido aposta mais uma vez na imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aproveita seu programa nacional para expor a presidenta Dilma, que o próprio PT escondeu em sua propaganda, veiculada semanas atrás.

"Contra um Governo que é a favor de um partido, uma oposição que é a favor do país", diz o slogan do PSDB, cuja propaganda começa com imagens alusivas ao panelaços de que o Governo Dilma tem sido alvo e mostra a imagem da presidenta para apresentar as contradições entre a campanha petista e as primeiras ações de seu segundo mandato. "É extremamente injusto que as famílias brasileiras hoje tenham de pagar pelos erros gravíssimos que esse Governo cometeu durante os últimos anos", critica o senador Aécio Neves, derrotado nas urnas por Dilma.

Segundo Aécio, "o Governo preferiu ir pelo caminho errado e escondeu a situação do país apenas para vencer as eleições". "O ajuste da presidente Dilma tira muito dos brasileiros e quase nada do Governo. A presidente chama isso de ajuste, e eu chamo isso de injusto", compara o tucano, que cobra a redução do número de ministérios, o corte de "milhares de cargos apadrinhados" e o fim do "câncer da corrupção". "A palavra empenhada em uma campanha eleitoral é para ser honrada", finaliza. A bancada do PSDB na Câmara tem protestado contra as medidas de ajuste proposta pelo Governo, sob o argumento de que elas apenas prejudicam assalariados "sem cortar na carne". No afã de impor derrotas ao Governo, os tucanos ajudaram até a derrubar fator previdenciário, criado no Governo FHC para tentar conter os gastos com pensões a aposentadorias.   

Na propaganda tucana, que vai ao ar nesta terça-feira, também sobra para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A raiz da crise atual foi plantada bem antes da eleição da atual presidente. Os enganos e os desvios começaram já no Governo Lula", diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que a realidade está mostrando é que nunca antes neste país se errou tanto, nem se roubou tanto em nome de uma causa", completa FHC, acrescentando que o país foi "iludido com sonhos de grandeza enquanto a robalheira corria solta".

O programa do PSDB expõe imagens da presidenta em inserções de televisão da época em que o Governo anunciou redução na conta de luz e também durante a campanha do ano passado, quando Dilma disse, em referência aos opositores, que não queria ser eleita em 2014 para "arrochar salário, desempregar e tirar direito do trabalhador". Os tucanos ainda contrapõem as declarações da presidenta à projeção de que a inflação deve ultrapassar 8% no ano — longe do teto de 6,5% — e ao aumento de impostos, juros, gasolina e da luz. Também não faltam críticas à situação da Petrobras.

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