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Segunda caixa-preta confirma uma ação voluntária do copiloto

Andreas Lubitz aumentou manualmente várias vezes a velocidade da aeronave

Oficial da polícia francesa mostra foto da segunda caixa-preta.
Oficial da polícia francesa mostra foto da segunda caixa-preta.BORIS HORVAT (AFP)

O Departamento de Investigações e Análise (BEA) da França revelou nesta sexta-feira que uma análise inicial da segunda caixa-preta indica uma ação deliberada do copiloto do avião A320 da empresa Germanwings que se chocou contra os Alpes na semana passada.

O exame provisório desse equipamento, que registra os parâmetros técnicos do voo, revela que Andreas Lubitz acionou o piloto automático para iniciar a descida e posteriormente alterou a programação para elevar a velocidade.

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“Uma primeira leitura revela que o piloto presente na cabine utilizou o piloto automático para que o avião descesse a uma altitude de 100 pés (30 metros) e que, várias vezes ao longo da descida, ele alterou a regulagem para aumentar a velocidade do avião”, indicou a BEA em nota.

A segunda caixa-preta do A320 foi encontrada na quinta-feira no local da colisão e levada à noite para Paris, onde fica a sede da agência investigativa, que já havia examinado a primeira caixa-preta, que registra os sons da cabine.

O BEA informou que o exame da segunda caixa começou imediatamente e que os peritos continuam trabalhando para tentar estabelecer o “desenvolvimento de fato” desse voo que ia de Barcelona para Düsseldorf, com 150 pessoas a bordo.

A segunda-caixa preta, denominada tecnicamente Flight Data Recorder (FDR, ou “gravador de dados de voo”), mantém registros de 25 horas consecutivas de parâmetros técnicos, tais quais velocidade, altitude e o modo de pilotagem.

A caixa, enegrecida pelo fogo, foi encontrada por uma integrante do Pelotão de Alta Montanha da Guarda Nacional, numa área que já havia sido explorada anteriormente. A peça, segundo promotores de Marselha, estava “totalmente enterrada”, o que havia dificultado sua localização.

Para o promotor Brice Robin, encarregado do caso, o equipamento oferece um complemento “indispensável” para o esclarecimento dos fatos e a complementação das informações contidas na primeira caixa, na qual já ficava clara uma ação voluntária do copiloto, o alemão Andreas Lubitz, de 27 anos de idade.

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