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Ao menos 147 mortos em ataque jihadista a uma universidade queniana

Quatro agressores pertencentes à milícia islamita somali Al Shabab foram mortos

Agentes da polícia cercam a Universidade de Garissa.Foto: reuters_live | Vídeo: AP | reuters-live!

Pelo menos 147 pessoas morreram nesta quinta-feira, na maioria estudantes, em um ataque da milícia islamita somali Al Shabab à Universidade de Garissa –no leste do Quênia e perto da fronteira com a Somália—, informou a Autoridade de Emergências do Quênia. Além disso, o órgão governamental afirmou por meio do Twitter que quatro agressores foram mortos. A operação das forças de segurança quenianas foi concluída, disse o Ministério do Interior pelo mesmo canal. Esse é o ataque mais mortífero da milícia islamita registrado no Quênia.

Os agressores invadiram as residências dos estudantes e fizeram um número não determinada de reféns. Cerca de “500 estudantes foram localizados [vivos], mas muitas vidas foram perdidas”, afirmou o ministro do Interior, Joseph Nkaissery, em declarações reproduzidas pela agência France Presse. Nkaiserry disse que quatro terroristas —dos cinco que realizaram o ataque— foram mortos depois que as tropas quenianas entraram no edifício onde os insurgentes mantiveram centenas de estudantes e professores como reféns durante 12 horas. Isso quer dizer que “90% da ameaça foi eliminada”, nas palavras do ministro.

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No início da tarde, a imprensa local informava que havia mais de 60 feridos, mas assegurava que ainda eram ouvidas rajadas de tiros e que os agressores continuavam controlando a operação. As ambulâncias levavam alguns feridos pelos disparos para hospitais da região.

As autoridades tinham conseguido localizar 280 dos 815 jovens matriculados na universidade quando as tropas quenianas cercaram o campus, da mesma forma que fizeram durante o ataque ao shopping Westgate em 2013, em Nairóbi (capital), no ataque mais letal do grupo Al Shabab no Quênia até então, com 67 mortos. Cerca de 50 estudantes foram liberados, segundo a Cruz Vermelha.

Os agressores entraram durante a madrugada de quarta para quinta-feita na área de dormitórios, segundo relatos de alguns estudantes que conseguiram escapar. Um deles afirmou que a primeira explosão na porta do centro, que provocou um grande buraco, resultou em uma verdadeira “carnificina”.

O Governo queniano ofereceu uma recompensa equivalente a 680.000 reais a quem apresente informação que leve à prisão de Mohamed Mohamud, um dos terroristas ligados ao ataque ao campus universitário.

O Al Shabab —que significa “os jovens”— reivindicou a autoria do ataque e afirmou que estava separando os reféns muçulmanos dos cristãos. “O Quênia está em guerra com a Somália”, disse um dos porta-vozes da milícia, xeique Ali Mohamud Rage. “A missão dos nossos homens é matar aqueles que são contra o Al Shabab”. Esse não é o primeiro ataque da milícia islamita no Quênia, que em 2011 enviou forças de seu Exército à Somália para combater a milícia somali e devido a uma onda de sequestros em território queniano atribuída ao Al Shabab. As represálias acontecem desde então.

Na semana passada, o grupo, ligado à organização terrorista Al Qaeda, assassinou 28 pessoas não muçulmanas na localidade de Mandera, após tomar um ônibus e obrigar os passageiros a recitar versos do Alcorão antes de matar os que não sabiam. A milícia reivindicou o atentado como resposta às operações da polícia na cidade queniana de Mombasa. Nessas operações, efetuadas em várias mesquitas da cidade litorânea, uma pessoa morreu e mais de 400 foram detidas.

Garissa é um importante centro comercial do leste do Quênia, a 150 quilômetros da fronteira com a Somália, e sua população é majoritariamente de etnia somali. A árida estrada de terra que segue para a fronteira leva primeiro ao maior campo de refugiados do mundo, o campo de Dadaab, uma cidade de abrigos e casas dos refugiados que estão há anos fugindo da guerra e da fome na Somália.

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