Presos em Ceuta quatro supostos jihadistas com intenções terroristas
Os detidos são duas duplas de irmãos "fortemente radicalizados" e treinados
A Policia Nacional começou, nesta madrugada, uma operação anti-terrorista na qual prendeu quatro supostos jihadistas em Ceuta, duas duplas de irmãos "fortemente radicalizados", muito bem treinados e que estavam dispostos a cometer um atentado terrorista, potencialmente suicida, segundo o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, que acrescentou que é possível traçar um "grande paralelo" entre a célula desmantelada e os terroristas que atacaram o jornal Charlie Hebdo, em Paris.
Os presos, de nacionalidade espanhola e origem marroquina, tinham "forte determinação de atacar" e uma forte "preparação psicológica, além de aptidão física e habilidade com as armas", assegurou o ministro em uma convenção do Partido Popular de Madri, neste fim de semana.
Pelos primeiros indícios, não se trata de uma célula de captação destinada a enviar soldados para a Síria, como as que foram desarticuladas nos últimos anos na cidade autônoma, mas um grupo operacional vinculado à Al Qaeda, que poderia preparar uma ação terrorista ainda desconhecida. A policia acredita que os presos contavam com a infraestrutura necessária para executar um atentado terrorista em território espanhol.
A operação começou há duas semanas quando um dos presos publicou em seu perfil do Facebook um vídeo realizando treinamentos militares, cantando trechos do Corão e convocando à jihad, segundo fontes próximas à investigação. A polícia agora busca mais provas nas residências registradas no bairro de El Príncipe, de onde saíram vários jovens para lutar pelo Estado Islâmico nos últimos anos.
As prisões foram realizadas dentro do contexto de alarme internacional depois dos atentados em Paris contra o jornal Charlie Hebdo e um supermercado judeu, nos quais morreram 17 pessoas.
Essa nova operação aconteceu um dia depois do anúncio de uma macro-operação conjunta de Espanha, França e Marrocos com mais de 100 presos contra uma rede de tráfico de haxixe que supostamente financiava o jihadismo. Os traficantes organizavam-se como células terroristas, moviam toneladas de drogas e milhões de euros por todo o território nacional, além de lidar com armas de guerra.
No último mês de dezembro, a polícia desmontou uma rede de recrutamento de mulheres na Espanha e no Marrocos, cujo objetivo era enviá-las ao Iraque e à Síria para servir ao Estado Islâmico. As prisões foram realizadas em Ceuta, Melilla e Barcelona.
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