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Cuba liberta mais de 30 dissidentes em três dias

Os libertados fazem parte do grupo de 53 detentos cuja saída da prisão havia sido pedida pelo Governo dos Estados Unidos

Angel Figueredo (d) com sua família depois de ser libertado.
Angel Figueredo (d) com sua família depois de ser libertado.REUTERS

A conta-gotas e em silêncio, as autoridades cubanas libertaram desde quarta-feira mais de 30 dissidentes que fariam parte da lista de 53 presos políticos que Havana se comprometeu a libertar como parte do restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos, anunciado em 17 de dezembro. Ambos os Governos se negaram a dar detalhes sobre a identidade dos libertados, que terminou por vazar, nem sobre quando e em que condições o processo será completado.

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Até a manhã da quinta-feira, 36 dissidentes de distintas províncias da ilha haviam regressado a suas casas em liberdade condicional, segundo informaram as organizações de oposição Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDRN) e a União Nacional Patriótica de Cuba (Unpacu). Pelo menos 28 deles são ativistas da Unpacu e cumpriam pena em Santiago de Cuba, Guantánamo e Granma, acusados de desacato à autoridade ou incitação à desordem pública.

Os primeiros a serem libertados na quarta-feira pela tarde foram os gêmeos de 19 anos Bianco e Diango Vargas Martín, e o opositor Enrique Figuerola Miranda, de 36 anos. Os irmãos Vargas Martín foram presos ainda menores de idade, em dezembro de 2012, e cumpriam pena de 30 meses por “desacato, resistência, desordem pública e ameaça”.

Entre os mais de 30 dissidentes libertados estão os gêmeos de 19 anos Bianco e Diango Vargas Martín e o opositor Enrique Figuerola Miranda

Os 33 presos restantes foram libertados entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira. O presidente da CCDRN, Elizardo Sánchez, não descarta que, se continuar nesse ritmo, a lista de libertados chegue a 53 até o fim da semana.

O porta-voz da Casa Branca, Eric Shultz, disse na sexta-feira que Washington está “satisfeito” com o avanço e “confia” que o Governo cubano manterá sua palavra e libertará outros presos. Tanto os Estados Unidos quanto Cuba reafirmaram que a libertação dos 53 presos políticos, sobre os quais Washington havia “demonstrado interesse”, é um gesto unilateral de Havana.

A libertação ocorre duas semanas antes de ambos os países darem início às conversas sobre a normalização de suas relações diplomáticas, como parte da reunião semestral sobre migração retomada pelos dois Governos em julho de 2013. Segundo a agenda, em 21 de janeiro uma comissão do alto escalão dos EUA viajará a Cuba, liderada por Roberta Jacobson, secretária adjunta para América Latina do Departamento de Estado do Governo americano, para um encontro de dois dias com as autoridades da ilha.

Outros libertados: Alexander Otero Rodríguez, Alexeis Vargas Martín, Ángel Figueredo Castellón, Rolando Reyes Rabanal, Ruberlandis Maine Villalón, Rubisney Villavicencio Figueredo e Carlos Manuel Figueredo Álvarez

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