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Estados Unidos e Cuba iniciarão conversações em 21 de janeiro

Encontro para normalizar as relações será em Havana

Silvia Ayuso
Barraca de verduras em Havana em 5 de janeiro de 2014.
Barraca de verduras em Havana em 5 de janeiro de 2014.Alejandro Ernesto (EFE)

Os Estados Unidos e Cuba começarão a discutir o processo de normalização das relações diplomáticas em 21 e 22 de janeiro em Havana, confirmou na quinta-feira o Departamento de Estado norte-americano.

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Essa é a data marcada para o início das conversações migratórias – um encontro semestral mantido nos últimos anos – que servirão de marco para as negociações mais profundas e complexas que procuram pôr fim a mais de meio século de tensão bilateral, tal como anunciou o presidente Barack Obama em 17 de dezembro.

Serão aproveitadas “as conversações migratórias previamente planejadas para lançar uma discussão com o Governo cubano sobre a normalização das relações diplomáticas”, explicou a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki.

A delegação norte-americana será chefiada pela secretária de Estado adjunta para Assuntos Hemisféricos, Roberta Jacobson, que se tornará na mais alta funcionária do Departamento de Estado a viajar à ilha nos últimos anos.

De fato, ela foi a última funcionária de alto escalão a viajar para Havana, em 2011, mas naquela altura era apenas a número dois no escritório que agora chefia, a principal responsável pelas políticas para a América Latina da diplomacia americana.

Psaki insistiu que o encontro do final de janeiro em Havana é só o começo de um processo “contínuo” para a normalização das relações, algo que levará tempo e que até o momento não tem um calendário definido, conforme ressaltou.

Cuba e Estados Unidos iniciaram as conversações migratórias, um encontro semestral realizado de forma alternada em Havana e Washington, em 1995. O estopim foi a “crise dos balseros” de 1994, quando 37.000 cubanos se lançaram ao mar para tentar chegar ao território americano fugindo do “período especial”, a grave crise econômica que vivia a ilha desde a desintegração do bloco soviético, e depois do maior protesto contra Fidel Castro.

Com a chegada de George W. Bush ao poder, esse diálogo, no qual eram negociados, entre outros assuntos, o número de vistos anuais e questões relativas a uma migração “ordenada e segura”, ficou suspenso a partir de 2003.

Obama deu carta branca a sua retomada em julho de 2009. Mas a detenção, em dezembro daquele ano, do norte-americano Alan Gross em Cuba e sua condenação, em março de 2011, a 15 anos de prisão provocou outra suspensão das conversações depois da reunião semestral celebrada em Havana em janeiro de 2011, precisamente a que foi chefiada por Jacobson quando ainda era sub-secretária adjunta.

Após um impasse de dois anos e meio, as partes retomaram os encontros regulares em julho de 2013. O último aconteceu em Washington em julho do ano passado.

O anúncio da data de início das conversações para normalizar as relações bilaterais coincide com a notícia da libertação, em Cuba, de outros cinco presos políticos. São membros da União Patriótica de Cuba, (Unpacu), segundo confirmou a própria organização oposicionista em um comunicado.

Os libertados formariam parte da lista de 53 presos políticos cuja libertação teria sido proposta por Washington e consentida por Cuba no acordo com os Estados Unidos. Mas o Governo Obama insiste que se trata de um passo que Havana decidiu dar por conta própria, assim como Washington decidiu de forma unilateral aliviar algumas das restrições à ilha.

Nos últimos dias aumentaram as exigências da imprensa americana e de organizações oposicionistas em Cuba para que sejam divulgados os nomes dos 53 prisioneiros beneficiados pela medida, algo a que os Estados Unidos se opõem por considerar que o melhor é não fazer o Governo cubano se sentir pressionado.

“Chegamos à conclusão de que a melhor maneira de garantir a libertação desses indivíduos é não divulgar seus nomes”, reiterou Psaki na quinta-feira. “Nós sabemos quem está na lista. O Governo cubano assegurou-nos que vai libertar esses indivíduos. Nós o encorajamos a fazê-lo rapidamente e estamos confiantes de que o fará”, arrematou.

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