Boko Haram sequestra cem pessoas em um povoado da Nigéria
Seita radical islâmica da Nigéria ataca uma localidade no nordeste do país
A seita radical islâmica Boko Haram matou cerca de trinta pessoas e sequestrou uma centena – a maioria mulheres e crianças, mas também homens jovens – em um ataque realizado no domingo em Gumsuri, uma localidade remota do nordeste da Nigéria.
O grupo, que desde abril mantém em seu poder 200 estudantes sequestradas em um povoado próximo ao do último ataque, ainda não reivindicou o ato terrorista. Entretanto, um sobrevivente do ataque assegurou à BBC que os agressores eram milicianos do Boko Haram. Funcionários do governo baseados na área, citados pela rede britânica, também afirmam que os agressores pertencem à milícia radical.
Embora o ataque tenha ocorrido no domingo, as notícias só começaram a ser divulgadas na quinta-feira, quando os sobreviventes chegaram a Maiduguri, uma das localidades próximas a Gumsuri. Vários vizinhos desse povoado relataram que os milicianos atacaram a àrea do mercado e atearam fogo às lojas e a mais de 50 casas.
Ao que parece, os milicianos primeiro atacaram, a localidade de Amchide (na fronteira com Camarões) na quarta-feira e chegaram quatro dias depois a Gumsuri, alguns em dois caminhões e outros a pé. O Exército de Camarões – que diz ter matado 116 milicianos que tinham atacado uma de suas bases – reconheceu hoje que os veículos de seu batalhão de elite foram capturados em uma emboscada na quarta-feira. Um soldado morreu e outro está desaparecido.
Um vizinho que não presenciou o ataque, mas que é do povoado e está ali visitando a família disse à Reuters que os milicianos atacaram a localidade com fuzis AK-47 e armas automáticas. Um oficial disse à agência France Presse que o grupo de vigilantes (aparentemente não profissionais) que defendiam a área contra ataques foram, esta vez, emboscados.
“Reuniram as pessoas e mataram a tiros umas trinta. Depois, levaram mais mulheres e crianças em duas caminhonetes”, disse o vizinho. O sobrevivente do ataque que falou com a BBC (que verificou seu testemunho) relatou que depois do ataque retornou ao povoado e ajudou a enterrar 33 corpos. Assegurou que tinha ido de casa em casa para determinar quantas pessoas tinham desaparecido.
Mais de 2.000 pessoas morreram em ataques similares este ano, a maioria no estado de Borno (perto da fronteira com o Camarões), que é o bastião histórico do Boko Haram – cujo nome em língua hausa se pode traduzir como “a educação não islâmica é pecado”.
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