_
_
_
_

Polícia do Rio prende assassino em série que diz ter matado 42 pessoas

A horripilante história de Saílson José das Graças, de 26 anos, assusta o Rio de Janeiro

Saílson José das Graças.
Saílson José das Graças.AFP

Tem apenas 26 anos, mas alega ter matado 42 pessoas. Segundo a polícia, é um "assassino profissional". Matou pela primeira vez aos 17 anos. Suas vítimas prediletas eram mulheres (brancas) da Baixada Fluminense: confessa ter acabado com a vida de 38 delas, de todas as idades e condições, além de ter assassinado um bebê e três homens. Matava por encomenda, "mas também por prazer", segundo reconheceu, algemado e tranquilo, em uma entrevista assustadora na manhã desta quinta-feira à TV Globo na Divisão de Homicídios da região no Rio de Janeiro. "Quando ficava dois meses sem matar, começava a ficar nervoso", disse mais tarde a uma multidão de jornalistas atônitos.

A história horripilante de Saílson José das Graças corre pelo Rio de Janeiro. A polícia, que liga ao assassino em série confesso as mortes de ao menos quatro mulheres, vasculha a região em busca de provas que confirmem um histórico criminoso de nove anos. "Não sei se foram 38 mulheres executadas por ele", afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios, Pedro Medina, "mas, até agora, tudo nos leva a crer que se trata de uma história verídica. Ainda não encontramos contradições."

Mais informações
A maldição policial que domina a polícia do Rio
A noiva do mal
A polêmica marca de Pablo Escobar
El Ponchis: o menino assassino do México

Agentes policiais encontraram no momento da prisão, na quarta-feira, o facão utilizado por Saílson para matar sua última vítima, Fátima Miranda, de 62 anos, no município de Nova Iguaçu. O depoimento apresentado deixou a polícia em choque. Não havia nem mesmo investigação aberta para muitas de suas vítimas, e as autoridades pediram publicamente a colaboração de familiares de mulheres que tenham morrido apunhaladas ou estranguladas nos últimos sete anos. A apresentação pública do criminoso, nesta manhã, tem (além do espetáculo midiático criado) o objetivo de tornar seu caso o mais conhecido possível entre a população fluminense.

O assassino em série colaborou, desde o começo, com o que foi apresentado e mostrou uma frieza desconcertante em sua entrevista. Descreveu, inclusive, seu modus operandi: "Observava a vítima, estudava. Esperava um mês, às vezes uma semana, dependendo do lugar. Procurava saber onde morava [a vítima], como era sua família... Passava um bom tempo, esperava, e de madrugada entrava na casa", afirmou, com a maior serenidade. "Matava sem a menor preocupação de ir para a cadeia. Fazia as coisas bem feitas, por vontade. [...] Usava luvas. Não levava documentos nem nada que pudesse deixar pistas [...] Só me preocupava com a digital, as câmeras". O ainda suspeito admitiu, no entanto, ter sentido arrependimento após a morte do menino de dois anos, cujo choro durante o assassinato de sua mãe o "obrigou" a executá-lo "para que os vizinhos não escutassem".

O homem afirmou também que não escondia os corpos e dividiu os assassinatos cometidos por encomenda (a base de punhaladas) e os motivados por puro "prazer" (por estrangulamento): a polícia disse que o preso gostava de ver as mulheres agonizarem "com os olhos abertos". Outra distinção ele fazia pela cor da pele: "Não matava negras porque é a minha cor e da minha família", afirmou, sem perder a calma.

Junto com Saílson foi presa sua companheira, Cleusa Balbina, de 42 anos, e José Messias, de 55, suspeitos de encomendar o assassinato de Fátima Miranda. Classificado como "psicopata" pela polícia, o preso afirmou: "Se eu sair daqui a uns 10, 15 ou 20 anos, eu vou voltar a fazer a mesma coisa". Ele se considera "calculista". Nada parece ter muita importância: "Não me arrependo, não. Para mim, o que foi feito está feito, e não tem volta atrás."

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_