Presidente catalão esboça plano para chegar à independência em 18 meses
Artur Mas propõe uma lista única separatista com partidos e sociedade civil
![Miquel Noguer](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2F082d8fd7-6779-4fc0-8145-823b596c9b64.png?auth=e6f54178eeab26a72b057e7ff358758b187205b65563dc1132f7c9e88e0bcd6c&width=100&height=100&smart=true)
O presidente do Governo regional da Catalunha, Artur Mas, fez um chamado nesta terça-feira para se “completar o caminho” iniciado há dois anos em favor do direito de decidir em eleições para “saber se uma maioria de catalães está a favor de criar um Estado novo ou não, e agir em conformidade”. O presidente da Generalitat afirmou que somente antecipará as eleições autonômicas “se for para fazer a consulta”, de modo que seja uma votação em forma de eleições da região autônoma, cuja convocação só depende da Catalunha e que Estado não possa impedir.
O presidente da Generalitat, em uma palestra no auditório Fórum de Barcelona para 3.000 pessoas, afirmou que “chegou a hora de usar o único instrumento que nos resta para fazer a consulta: as eleições”. Para essas eleições o líder da CiU planeja o distanciamento das siglas tradicionais e uma candidatura aberta à sociedade: “Peço aos partidos que desta vez deem um passo para o lado e à sociedade civil, um passo adiante”, pediu.
A lista de Mas, formada por membros da sociedade civil e políticos, teria validade de 18 meses e uma condição: que os deputados dessa candidatura não possam se apresentar nas eleições seguintes. A missão do novo Parlament idealizado por Mas seria a de iniciar o processo de independência, abrindo uma negociação com o Estado, a UE e a comunidade internacional. A Câmara, em paralelo, iniciaria um processo participativo para a redação da Constituição catalã. Ao fim de 18 meses, indica Mas, voltariam a ser convocadas eleições, desta vez com os partidos em separado, para dar início ao novo Estado, em uma votação que seria acompanhada de um referendo para ratificar a independência. Mas insistiu duas vezes em uma questão: “Minha reflexão não compromete nem o Governo que presido nem nenhuma formação política”. O líder da CiU diz que, da sua parte, não há condições pessoais. “Posso encabeçar a lista, mas também posso encerrá-la. Posso ser o primeiro ou o último”.
O presidente da Generalitat centrou a primeira parte de seu discurso em responder à pergunta: o que aconteceu? “O Estado falhou com a maioria das catalãs e catalães”, sentenciou Mas. “Um Estado que faz política por meio dos tribunais e pressiona o Ministério Público.” E acrescentou: “Voltaremos a pôr as urnas quando for necessário, sem medo de queixas injustas”.
O presidente catalão não confia na reforma constitucional que o PSOE propõe: “Se o Estado não foi capaz de aceitar um Estatuto emendado, como aceitarão uma reforma constitucional?” O líder da CiU não acredita que o processo soberanista possa ser solucionado com uma reforma da Espanha. “Nesse ponto, sou cético.”
O Governo da Generalitat anunciou esta manhã que pedirá uma declaração em bloco diante do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) se finalmente for admitida a tramitação da queixa apresentada pelo Ministério público contra Artur Mas, a vice-presidenta Joana Ortega e a conselheira de Ensino, Irene Rigau, pela organização da consulta soberanista de 9 de novembro.
Mais informações
![Grupo de pessoas que não votaram no domingo.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/2WFRAAR2HYIDIOKKWXRRTXH62E.jpg?auth=1a123e1607650d090b15961ba321aff9e42d54ad96f0b97319b9fc2757e36145&width=414&height=311&smart=true)