Hong Kong retomará diálogo após pior noite de confrontos
Piores confrontos entre manifestantes e policial deixaram dezenas de feridos e 33 detidos
Após os piores distúrbios nas três semanas de protestos pró-democracia em Hong Kong, os estudantes e o Governo autônomo decidiram retomar a via do diálogo. A número dois do executivo local, Carrie Lam, e os líderes do movimento estudantil vão se reunir na próxima terça-feira em um encontro que será transmitido pela televisão. As conversações, com duas horas de duração, vão acontecer em terreno neutro, na Academia de Medicina de Hong Kong, e serão moderadas pelo catedrático Leonard Cheng, de acordo com anúncio feito neste sábado pela própria Lam. Cada parte será representada por cinco pessoas.
O anúncio da vice-ministra-chefe de Hong Kong aconteceu um dia depois dos confrontos mais duros entre manifestantes e a polícia em 21 dias. Ao menos 33 pessoas foram detidas nos conflitos da noite de sexta-feira no bairro de Mong Kok, onde cerca de 9.000 pessoas, segundo dados oficiais, retomaram as ruas que a polícia havia liberado horas antes.
A polícia usou gás de pimenta e cassetetes e agiu com dureza para tentar dissolver a manifestação. Não conseguiu e teve que acabar se retirando do local. Dezenas de pessoas ficaram feridas nos distúrbios, entre elas 18 agentes de segurança.
Em uma entrevista coletiva, sua primeira em três semanas, o chefe de polícia de Hong Kong, Andy Tsnag, afirmou que seus efetivos se comportaram de forma “extremamente tolerante” com os manifestantes, mas, apesar disso, os participantes dos protestos se “radicalizaram”.
“A Polícia condena firmemente aqueles que participaram desta concentração ilegal, empurram os cordões policiais e ocuparam ilegalmente as ruas principais de Mong Kok na noite passada e nas primeiras horas da manhã. Este tipo de comportamento não é pacífico”, afirmou Tsang.
Os manifestantes que se concentram nas ruas do centro e de outros pontos e Hong Kong exigem a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-Ying, e a realização de eleições livres e democráticas para escolha do líder do Governo autônomo em 2017.
O Governo chinês apresentou no mês de agosto uma proposta de reforma eleitoral para a ex-colônia britânica que prevê o voto universal mas limita o número de candidatos e impõe uma série de condições que, segundo os manifestantes, permitirão a Pequim ter um direito de veto previsto sobre aqueles que quiserem se apresentar como candidatos nessa eleição.
Os estudantes exigem que seja posto sobre a mesa de negociação nas conversas a proposta de Pequim, mas o Governo autônomo se nega.
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