Luciana Genro, contra o capital financeiro
Posições firmes da candidata do PSOL atraem o eleitor de esquerda, mas não são o bastante para que ela supere 1% de intenções de voto nesta eleição
Eleita deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 2002, Luciana Genro deixaria a legenda fundada pelo pai, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, um ano depois, por discordar da condução do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Criticando o que chama de “direitização de Lula”, Luciana, que já havia atuado como deputada estadual pelo PT por dois mandatos no Rio Grande do Sul, foi expulsa do partido junto com os colegas João Batista, mais conhecido como Babá, e Heloísa Helena, com quem fundaria o PSOL em 2005. Apesar de participar da fundação do partido, a candidata que carrega o discurso mais radical entre as principais candidaturas presidenciais deste ano teve de lutar pelo direito de representar os socialistas nesta corrida eleitoral.
Preterida, a princípio, pelo nome do senador Randolfe Rodrigues na chapa do PSOL à presidência da República, Luciana Genro conseguiu emplacar sua candidatura depois da desistência do colega para concentrar sua campanha em pautas progressistas, como a legalização das drogas e a descriminalização do aborto, e num discurso contra os bancos e o “capital financeiro”. Com posições firmes, a candidata chamou atenção durante os debates entre os presidenciáveis com críticas contundentes às três principais candidaturas, de Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves.
No debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Luciana reagiu ao ser chama de “linha auxiliar do PT” por Aécio Neves: “Com todo respeito, linha auxiliar do PT uma ova, candidato Aécio”. No último confronto televisivo entre os candidatos, organizado pela Rede Globo, a socialista voltou a retrucar o tucano, que levantou o dedo para dizer que a adversária estava sendo leviana ao lhe fazer acusações: “Você não levante o dedo pra mim”.
A firmeza de Luciana Genro não foi o bastante, contudo, para reunir mais de 1% das intenções de voto para a candidata que, junto com Eduardo Jorge, do PV, caiu nas graças do eleitor de esquerda que não se vê representado por nenhuma das três principais candidaturas à Presidência. Tanto que a candidata já admitiu que, se não ganhar a eleição deste domingo, já se dará por satisfeita ao ficar na frente do Pastor Everaldo, do PSC, um dos candidatos mais conservadores da disputa deste ano.
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