_
_
_
_

Rajoy confirma retirada da lei do aborto por falta de consenso

O Executivo espanhol reformará a legislação atual apenas para assegurar que menores de 16 e 17 anos precisem do consentimento dos pais

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, confirmou nesta terça-feira a retirada do projeto de Lei Orgânica de Proteção ao Concebido e dos Direitos da Gestante, redigido pelo Ministério da Justiça, por não ter encontrado consenso suficiente para levá-lo adiante.

Em seu lugar, Rajoy anunciou que o Executivo vai reformar a atual legislação, vigente desde 2010, para assegurar que as menores de 16 e 17 anos precisem do consentimento dos pais para interromper a gravidez. O Governo apostará ainda em um Plano de Proteção à Família que deverá ser apresentado até o fim do ano, segundo afirmou o presidente.

O chefe do Executivo fez o anúncio, uma das decisões mais relevantes de seu mandato, em declarações à imprensa após participar do Congresso Mundial de Relações Públicas, que ocorre em Madri. “Acredito ter tomado a decisão mais sensata”, afirmou. Fontes do Ministério da Justiça disseram que sabiam que Rajoy iria comunicar a decisão hoje e consideraram lógico que coubesse ao presidente do Governo anunciar a retirada do texto.

Mais informações
A maioria dos brasileiros é contra o casamento gay, o aborto e a maconha
Chile: “O aborto será descriminalizado este ano”
A revogação de portaria sobre aborto desperta o temor da pressão evangélica

O projeto de lei do aborto, delegado por Rajoy ao ministro Ruiz-Gallardón e elaborado por este, foi aprovado em primeira instância pelo Conselho de Ministros em 20 de dezembro de 2013. Desde então permaneceu em um limbo, rejeitado em massa pela oposição e muito contestado também por uma parte do PP, que o via como um obstáculo para o próximo ano eleitoral. O texto significaria um retrocesso de três décadas na questão da interrupção voluntária da gravidez: ele revogava o atual sistema de prazos (o direito da mulher de decidir livremente se interrompe sua gestação durante as primeiras 14 semanas) e voltava ao sistema de premissas que foi vigente entre 1985 e 2010, mas endurecendo-o.

O ponto mais polêmico do projeto foi a supressão da prerrogativa legal de aborto em caso de malformação fetal. Na prática, o projeto não eliminava a possibilidade de que uma mulher grávida de um feto inviável ou com malformações abortasse, mas a obrigava a alegar outro motivo (o dano psicológico que ela sofreria) e impunha um processo longo e complicado para autorizar o procedimento.

Rajoy disse que esse projeto de lei agora foi retirado e que a única modificação que o Governo fará na norma atual será no artigo que se refere às grávidas de 16 e 17 anos. O PP vai introduzir a obrigação dessas menores de obter a permissão parental para abortar. Pela legislação atual elas só têm que comunicar aos pais (e não em todos os casos), mas não precisam da autorização deles.

O programa eleitoral do PP em 2011 era lacônico em relação à lei do aborto: apenas prometia “reforçar a proteção do direito à vida, assim como das menores”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_