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Israel bombardeia prédios altos de Gaza na última fase da ofensiva

Mil palestinos perdem suas casas depois do ataque do Exército a dois blocos de apartamentos

Restos de um dos edifícios bombardeados nesta terça-feira em Gaza.
Restos de um dos edifícios bombardeados nesta terça-feira em Gaza.MAHMUD HAMS (AFP)

O Exército de Israel bombardeou nesta terça-feira dois grandes edifícios residenciais e áreas comerciais de Gaza, destruindo as casas de cerca de mil palestinos, segundo indica o Ministério do Interior da Faixa de Gaza. O primeiro ataque ocorreu em um prédio de 16 andares conhecido como Little Italy (Pequena Itália), no bairro central de Al Nasser. Nele havia 60 apartamentos e cerca de 40 negócios. Seis projéteis o arrasaram completamente e deixaram 25 pessoas feridas. Em estado não muito melhor ficou outro edifício de 14 andares no bairro de Rimal, onde moravam mais de 450 pessoas. Quinze dos moradores precisaram de cuidados médicos. Nesse prédio se encontrava a sede de uma rádio vinculada à Frente Popular para a Liberação da Palestina (FPLP), segundo a agência Maan.

Israel não explicou expressamente quais alvos estava tentando atacar, mas insistiu em que cada investida tem como meta infraestrutura que estaria sendo usada por comandos do Hamas ou postos de controle dos islamitas. O Exército pondera que emitiu alertas aos moradores para que abandonassem o local. Isso claramente evitou um número maior de mortos e feridos, mas multiplica o de refugiados. Segundo o Escritório de coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas nos Territórios Palestinos (OCHA, na sigla em inglês), já são 475.000 os moradores da Faixa de Gaza que tiveram de abandonar suas casas porque estão total ou parcialmente destruídas pelos ataques. Parte deles está em escolas da ONU e os demais em casas de parentes.

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Várias testemunhas denunciaram que o ataque a essas torres, apesar do aviso, envolve riscos, isto porque, considerando a escassez de eletricidade no território – que mal recuperou o fornecimento de seis horas, nas melhores condições –, os elevadores não funcionam e é preciso ajudar crianças e idosos a sair em pouco tempo. No sábado, Israel havia lançado um ataque aéreo contra outro prédio, com 12 andares, causando ferimentos em 18 pessoas e provocando seu total desmoronamento.

O dia já deixa seis mortos na Faixa de Gaza, dois deles empregados da companhia local de eletricidade, atingidos dentro de um carro. Cem foguetes foram lançados contra Israel, um deles atingiu uma casa de Ashkelon, deixando 25 pessoas levemente feridas.

A esta hora, o ex-primeiro-ministro da Faixa de Gaza pelo Hamas, Ismael Haniyeh, confirmou que “está próximo” um acordo nas negociações em andamento com Israel, que têm o Egito como mediador, e que o anúncio de um cessar-fogo ocorrerá em breve. “É uma conquista da resistência”, afirmou. Às 19 horas locais (13h em Brasília), estava previsto que o presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciaria uma nova iniciativa política na qual pediria o fim do ataque a Gaza, que já dura 50 dias, e também o final da ocupação israelense nos territórios, para a qual apresentará um cronograma de trabalho.

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