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Berlim tenta incluir Kiev e Moscou em um cessar-fogo duradouro na Ucrânia

Steinmeier acredita que seria “uma irresponsabilidade” russos e ucranianos desperdiçarem o diálogo

Steinmeier (esquerda) e Sergei Lavrov, antes da reunião em Berlim.
Steinmeier (esquerda) e Sergei Lavrov, antes da reunião em Berlim.Steffi Loos (AP)

Em uma nova tentativa para reativar a via diplomática entre a Ucrânia e a Rússia, o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier conseguiu reunir nesta tarde em Berlim seus homólogos da Rússia, Sergey Lavrov, e da Ucrânia, Pavlo Klimkin, que chegaram à capital alemã para negociar um novo cessar-fogo sustentável e um controle efetivo da fronteira.

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, também participou do encontro, que foi qualificado por Paris como o primeiro passo para organizar uma reunião de paz russo-ucraniana que tornaria possível tanto o respeito da Rússia à integridade territorial ucraniana como a moderação de Kiev em suas atividades militares dirigidas contra os separatistas russos.

"O drama é que todos os acordos conseguidos não foram cumpridos e as informações de hoje mostram que a situação pode piorar e terminar em um confronto entre a Ucrânia e as forças armadas russas", disse o ministro, que não quis ocultar sua preocupação pela escalada da violência ucraniana.

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"Isso deve ser impedido e por isso convidamos a Berlim mais uma vez os ministros da Ucrânia, Rússia e França. O encontro tem o objetivo de dar novos passos para alcançar um cessar-fogo". "Não existem garantias de que as conversações de hoje sejam bem sucedidas, mas seria irresponsável, levando em conta a situação atual, não aproveitar a disposição ao diálogo existente", sentenciou.

O ministro alemão também disse em uma declaração televisionada que outra das metas da reunião era buscar um marco para aplicar um controle eficaz na fronteira e pôs ênfase em seu interesse em alcançar uma "solução duradoura". "Espero que os demais participantes também tenham o mesmo interesse que nós temos e que atuem de forma construtiva", disse antes de se reunir com seus convidados.

Steinmeier, que já havia reunido no começo de julho os ministros ucraniano e russo, acertou, naquela ocasião, firmar as bases para alcançar uma trégua duradoura que nunca aconteceu. Também ressaltou que não existe uma receita fácil para acabar com a crise e disse que a única possibilidade de avançar é o diálogo. "Por isso, é tão importante que nos sentemos na mesa nesse momento", disse.

A chanceler Angela Merkel também participou, à sua maneira, nos preparativos do encontro com telefonemas aos mandatários da Rússia e Ucrânia. Durante a conversa que manteve na sexta-feira com Vladimir Putin, a chanceler pediu que Moscou parasse de fornecer material militar, conselheiros militares e pessoal armado que atravessam a fronteira para a Ucrânia.

Na conversa que manteve no sábado com Petro Poroshenko, ambos os políticos concordaram que Moscou deve pôr fim ao envio de armas e que era necessário negociar um cessar-fogo. Poroshenko também convidou Merkel para visitar Kiev nesta semana. A chancelaria disse que estava estudando o convite e não descartou uma viagem de Merkel para a capital ucraniana.

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