Kiev mantém os ataques enquanto os pró-russos anunciam seu rearmamento
O líder da auto-proclamada República de Donetsk afirma que os rebeldes têm um reforço de 1.200 soldados treinados na Rússia
Os conflitos no leste da Ucrânia, onde tropas governamentais combatem as forças separatistas das províncias de Lugansk e Donetsk, continuaram ontem. A artilharia bombardeou localidades dos arredores de Donetsk. Na cidade morreram pelo menos cinco habitantes durante o dia, devido a morteiros, segundo a Prefeitura.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, garantiu que a cidade de Zhdanovka foi "liberada", enquanto o porta-voz do Departamento de Controle de Fronteiras informou que 17 militares ucranianos tinham atravessado para o território russo buscando refúgio dos combates. Suas armas, como é de praxe em casos assim, foram deixadas do outro lado da fronteira.
"As forças armadas da Ucrânia liberaram heroicamente a cidade de Zhdanovka, na província de Donetsk", escreveu Poroshenko no Twitter. A localidade fica a aproximadamente 40 quilômetros da capital da região. Anteriormente, o presidente havia afirmado que parte dos tanques russos que, segundo denunciou a OTAN, entraram na noite de quinta para sexta-feira em território ucraniano, havia sido aniquilada.
No entanto, Moscou qualificou de "fantasia" o fato de seus blindados terem entrado na Ucrânia, enquanto Washington disse que não havia confirmação de que blindados russos tivessem sido atacados em território ucraniano. A notícia da passagem dos veículos militares russos foi dada por jornalistas britânicos que estavam perto da fronteira, mas, segundo o Kremlin, o que os repórteres viram foram grupos que patrulham o território vizinho à Ucrânia, sem cruzar a fronteira. Até o momento, não foram publicadas fotos nem vídeos da passagem dos blindados nem de sua destruição por parte do exército ucraniano.
Os Governos discutem como inspecionar o comboio humanitário
As imagens que realmente existem são as do primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, que garantiu em um vídeo que as forças rebeldes foram reforçadas com 1.200 combatentes treinados na Rússia. Concretamente, disse que conseguiram reunir "as seguintes reservas: 150 unidades técnicas militares, das quais apenas 30 são tanques e o resto, blindados; 1.200 homens que passaram por um curso de preparação durante quatro meses no território da Federação Russa".
Zakharchenko não disse em seu discurso, pronunciado na sexta-feira diante do conselho supremo mas divulgado hoje, que os russos tinham oferecido esses veículos militares. Os separatistas garantem que consertam os tanques e blindados que as forças governamentais abandonam; o próprio Zakharchenko afirmou que no dia anterior recuperaram 75 veículos militares, e que ainda espera outros cem. A Ucrânia e os países ocidentais acusam a Rússia de abastecer os rebeldes pró-russos com combatentes e armamentos.
Até o momento, cerca de 500 soldados cruzaram para a Rússia para se proteger dos combates. A maior travessia aconteceu na noite de 4 de agosto, quando 438 oficiais ucranianos pediram para passar; a Rússia abriu um corredor humanitário para eles e depois permitiu a quem quisesse retornar à Ucrânia; 420 voltaram para o país.
A promotoria ucraniana abriu processos contra 480 soldados por indisciplina
A Promotoria Geral ucraniana informou que, desde o começo das operações militares no leste do país, começaram as acusações criminais contra mais de 480 soldados. A maioria dos processos se deve à negativa de cumprir suas obrigações militares, segundo explicou o porta-voz da Promotoria, Pavel Bogutski.
Enquanto isso, o comboio com ajuda humanitária russa permanece perto da fronteira ucraniana, sem conseguir entregar a carga, no aguardo da luz verde de Kiev, o que, segundo a Cruz Vermelha, no momento ainda não aconteceu. Ontem à noite Pascal Cuttat, responsável pela organização na Rússia, adiantou que os dois Governos chegaram a um acordo sobre "a maneira de proceder para a inspeção do comboio".
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