Brasil enfrenta um aumento de acidentes com aeronaves civis
Em dez anos, foram 1026 casos com 969 mortes. Uma investigação pode levar até dois anos
Em um período de dez anos o Brasil enfrentou um aumento de acidentes aéreos. Os dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) mostram que entre 2003 e 2012 foram 1.026 ocorrências e 969 mortes. Neste intervalo, o aumento foi de 60,6%, enquanto o de quantidade de voos foi de 45,7% maior. Nesta estatística de ocorrências estão os casos envolvendo as pequenas aeronaves, como as similares a que matou nesta quarta-feira o candidato Eduardo Campos (PSB) em Santos, e as grandes, como a da TAM, em 2007, quando 199 pessoas morreram em São Paulo. A maioria das ocorrências, porém, referem-se a aviões executivos. Os dados de 2013 e deste ano ainda não foram divulgados pela Aeronáutica, órgão ao qual o CENIPA é vinculado.
As estatísticas mostram também que na maioria dos casos as quedas ocorreram por conta de falhas humanas. Entre elas, estão julgamento errado do piloto (62,6%), falta de supervisão geral (50,6%), erros no planejamento (46,3%) ou aspectos psicológicos (37,7%). Mais de um fator pode influenciar na queda das aeronaves, conforme a Aeronáutica.
No caso da tragédia envolvendo o candidato Campos e outras seis pessoas, a Aeronáutica informou que ainda é cedo para se manifestar sobre as possíveis causas, mas todas as possibilidades serão investigadas. As apurações podem levar até dois anos.
Na tarde desta quarta-feira, policiais civis, federais e técnicos CENIPA chegaram a Santos para iniciar os trabalhos de investigação. A apuração policial iniciará logo após o fim da coleta de dados dos militares, como a retirada das peças e dos corpos do local do acidente. A identificação dos corpos será feita pela Polícia Técnica paulista, que ainda precisará analisar o DNA dos restos mortais das vítimas, que estão bastante carbonizados.
Os primeiros passos serão tentar saber se a aeronave estava em perfeito estado de manutenção e quem seriam os responsáveis por eventual defeito. O avião, um bimotor Cessna 560 XLS, pertencia à empresa AF Andrade Empresa e Participações Ltda. Responsável pelo Grupo Andrade, a firma é uma produtora de álcool e está sediada em Ribeirão Preto (SP). No final da tarde de ontem, as duas caixas pretas da aeronave foram recolhidas e levadas para análise.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que sua documentação estava legalizada. Os dados não deixam claro se o avião foi cedido, emprestado ou alugado pelo Grupo Andrade ao candidato. Procurada pela reportagem, a empresa não se manifestou.
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