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A Colômbia diz que a Venezuela fechou a fronteira de forma unilateral

A chanceler María Ángela Holguín considera que a medida não conseguirá controlar o contrabando

Carros passam pela fronteira entre Colômbia e Venezuela.
Carros passam pela fronteira entre Colômbia e Venezuela.EFE

Dois dias depois que o Governo de Nicolás Maduro ordenou fechar a fronteira com a Colômbia à noite, em uma tentativa de acabar com o contrabando ente os dois países, a Colômbia assegurou que esta medida não foi negociada com o presidente Juan Manuel Santos durante a reunião que os mandatários realizaram em Cartagena das Índias, há 13 dias. "Isto é uma medida unilateral do Governo da Venezuela. O que entendemos é que vão estudar durante um mês para ver o que acontece", disse a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, durante uma entrevista coletiva em Bogotá.

Holguín assegurou que fechar a fronteira não faz parte das medidas que os dois países concordaram para combater o contrabando de combustível e alimentos, embora o tema tenha sido tratado em Cartagena. "O tema foi abordado pelas mesas encarregadas de segurança e sobre quais efeitos  traria, mas em nenhum momento foi uma decisão de consenso, a Venezuela simplesmente apresentou o tema", disse.

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No sábado, o Governo venezuelano anunciou que o fechamento aconteceria das "22h até as 05h do dia seguinte", algo que o Governo de Santos não concorda, e defende outro tipo de medida. "É preciso controlar com medidas internas do Governo da Venezuela e uma cooperação conjunta entre as Forças Armadas, que já está acontecendo", disse Holguín. Também explicou que funcionários dos dois países estão reunidos desde segunda-feira para iniciar o Centro Binacional de Comando e Controle contra o Contrabando, anunciado por Santos e Maduro em Cartagena. Esta entidade terá a tarefa de vigiar os mais de 2.000 quilômetros de fronteira comum com o objetivo de combater as máfias do contrabando.

A Colômbia sabe que o contrabando não entra unicamente pelas passagens fronteiriças legais, mas também "por muitos caminhos", por isso é importante o fluxo de informação entre os dois Governos.

As autoridades locais e alguns sindicatos do país também não consideram a possibilidade de fechar os postos fronteiriços. O governador do departamento de Norte de Santander, Édgar Díaz, em uma carta à chanceler Holguín, reclamou do impacto que a medida tem na região. "O departamento sente-se afetado pelo contrabando, mas é preciso encontrar outras estratégias que, sem diminuir o controle, não afete o trânsito normal dos habitantes na zona de fronteira", disse, referindo-se aos milhares de estudantes e trabalhadores que cruzam a fronteira diariamente.

O fechamento da fronteira não faz parte das medidas que os dois países concordaram para combater o contrabando de combustível e alimentos

A chanceler colombiana assegurou que a medida não ajuda na relação entre os dois países. "Não achamos que seja uma medida que ajuda a integração nem o fluxo natural que existe na fronteira", disse. A Colômbia espera que a medida seja temporária.

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