Prisão perpétua para a cúpula do regime comunista no Camboja
Dois líderes do Khmer Vermelho são condenados por crimes contra a humanidade. É a primeira sentença contra o regime de Pol Pot
O Tribunal Internacional do Camboja condenou à prisão perpétua dois ex-líderes do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade nesta quinta-feira. É a primeira sentença contra a cúpula do regime de Pol Pot, que matou 1,7 milhão de pessoas no final dos anos 1970.
Os réus são o ideólogo e o número dois da organização comunista, Nuon Chea, de 88 anos, e o ex-chefe de Estado do regime, Khieu Samphan, de 83. Os dois se disseram inocentes das acusações feitas nesta primeira fase do processo e vão recorrer da sentença, para tentar impugnar os juízes. "Eles não são imparciais", declarou um dos advogados dos réus.
"Milhões de pessoas foram vítimas do ataque global e sistemático contra a população civil, que seguia políticas e planos do partido", disse o juiz Nil Nonn na leitura da sentença, transmitida ao vivo pela página do Tribunal na internet. O juiz considerou os réus culpados de crimes contra a humanidade, extermínio, assassinato, perseguição política e outros atos inumanos, entre os quais desocupações e desaparecimentos forçados.
Cerca de 1,7 milhão de pessoas morreram entre 1975 e 1979 sob o regime do Khmer Vermelho liderado por Pol Pot
Esta parte do julgamento abrangeu a desocupação forçada da capital Phnom Penh, a deportação da população urbana para campos de trabalho na zona rural e a execução de soldados republicanos realizada pelo Khmer Vermelho depois de tomar o poder em 1975. "Cerca de dois milhões de pessoas foram transferidas de Phnom Penh à força, sob falsos pretextos, ameaças e a mira de armas", disse o juiz, que rejeitou os argumentos da defesa.
Os dois réus enfrentam outras acusações de crimes contra a humanidade e genocídio na segunda fase do processo, que começou na semana passada.
O juiz considerou os réus culpados de crimes contra a humanidade, extermínio, assassinato, perseguição política e outros atos inumanos
O Tribunal decidiu dividir em várias partes o julgamento contra os líderes do Khmer Vermelho, devido à complexidade do processo e ao temor de que os réus, todos de idade avançada e em estado de saúde frágil, morressem antes que uma sentença pudesse ser determinada.
O líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu em 1998 no último reduto da guerrilha maoísta na selva do norte do Camboja, prisioneiro de seus próprios correligionários.
Cerca de 1,7 milhão de pessoas morreram entre 1975 e 1979 sob o regime do Khmer Vermelho, devido aos trabalhos forçados, doenças, fome e expurgos políticos.
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