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A falta de água já é realidade em algumas regiões de São Paulo

Os moradores relatam que a falta de abastecimento já ocorre há mais de seis meses

Reserva do volume morto da Represa Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), onde o volume de água armazenado é de apenas 16,6% da capacidade total.
Reserva do volume morto da Represa Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), onde o volume de água armazenado é de apenas 16,6% da capacidade total.LUIS MOURA (ESTADÃO)

Apesar de a Sabesp, empresa estadual de água, considerar a possibilidade do racionamento de uma "medida cruel" com a população, os moradores de Guarulhos e da Zona Norte de São Paulo afirmam que isso já acontece há meses e, em alguns casos, chega a durar um dia inteiro.

Gabriela Arbor, estudante de 19 anos, mora na Zona Norte da cidade e conta que o racionamento já acontece há seis meses em sua rua. "A partir das 21h não tem mais água, só sobra o que tiver na caixa d'água", explica. A família diz que não recebeu nenhum tipo de alerta sobre o assunto. "Só não faltou água durante a Copa. Mas assim que ela acabou, o racionamento voltou".

A dona de casa Paula Fister, de 22 anos, moradora da Freguesia do Ó, também da Zona Norte de SP, diz que falta água todos os dias. Nos últimos três meses, o fornecimento era interrompido somente a meia-noite. Desde o começo de julho, ela diz que a partir das 22h30 começa a diminuir a pressão da água e às 23h as torneiras secam. "A gente precisa fechar a torneira da água da rua que abastece a caixa d'água todas as noites e abrir pela manhã. Um vizinho não fez isso e, quando a água voltou, a pressão quebrou a bomba da caixa". Ela diz que durante a Copa o problema foi igual e também não recebeu nenhuma notificação, mas quando reclamou com a Sabesp, disseram que deveria ser um problema pontual na rua dela e que não havia nenhum tipo de racionamento.

Em Guarulhos, a situação é ainda pior: falta água dia sim, dia não. Gabriela Abrunheiro, de 25 anos, diz que o racionamento começou há dois meses onde mora. "Falta água durante o dia inteiro", explica. Para cozinhar, a família utiliza galões de água mineral e economiza a água da caixa. A mesma coisa acontece na casa da estudante de publicidade Letícia Marques, de 20 anos. Ela reclama que há quatro meses sofre com o racionamento não oficial. "A água acaba na noite da terça-feira, por exemplo, e só volta por volta das 20h de quarta", explica. "Se você mora em uma casa com muita gente e a caixa d'água é pequena, não dá nem para todo mundo tomar banho". As famílias precisaram adaptar a rotina de forma a economizar água durante os horários de racionamento, inclusive em relação a lavar roupa e louça.

No site Reclame Aqui, portal em que as pessoas podem reclamar diretamente com as empresas, as falas são semelhantes e todas as pessoas afirmam que não houve nenhum tipo de aviso. A Sabesp não respondeu nenhuma das reclamações da empresa no portal, que já passam de 1.000 só nos últimos seis meses. Várias delas são sobre algum tipo racionamento não-oficial. Algumas pessoas alegam que entram em contato por telefone mas que em nenhum momento a empresa admite que haja qualquer tipo de racionamento sendo feito. Quando questionada sobre essas reclamações, a Sabesp alega que o canal oficial da empresa é a Ouvidoria.

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