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Até Blatter se surpreendeu com o prêmio de melhor jogador dado para Messi

A FIFA prometeu analisar o sistema de definição desses prêmios, alterado sem aviso prévio nesta edição do torneio

Messi recebe a medalha de Joseph Blatter.
Messi recebe a medalha de Joseph Blatter.Alex Livesey - FIFA (FIFA via Getty Images)

A escolha de Leo Messi como melhor jogador da Copa não parece ter agradado a ninguém. O premiado, triste por ter ficado a um passo de ganhar o torneio, afirmou imediatamente: “não me interessa o prêmio de melhor jogador. Não me importa”. Diego Armando Maradona acrescentou que “quando não é justo e os marqueteiros querem fazê-lo ganhar algo que não ganhou, é injusto”. Os jornalistas e os torcedores que saíam do Maracanã demonstravam uma estranheza similar: falavam de Robben (terceiro), de Müller (segundo) e inclusive do colombiano James Rodríguez (o melhor na opinião de Maradona). “Quer que eu responda com diplomacia ou que diga a verdade?”, brincou o presidente da FIFA, Joseph Blatter, quando foi perguntado pelos jornalistas sobre o prêmio. “Devo confessar que eu também fiquei ligeiramente surpreso”, confessou.

A entidade que rege o futebol mundial prometeu analisar o sistema de definição desses prêmios, alterado sem aviso prévio nesta edição do torneio. Até então, o prêmio era decidido conjuntamente pelos jornalistas credenciados e o Grupo de Estudos Técnicos da FIFA. Desta vez, foi decretado pelo próprio grupo, composto por 14 pessoas. Entre eles estão Ginés Meléndez, ex-treinador das categorias de base da seleção espanhola; o treinador argentino Gabriel Calderón (ex-Betis), e o técnico francês Gerard Houllier. A função do grupo é “analisar as partidas de torneios internacionais e descobrir novas tendências”; ele é presidido por Jean-Paul Brigger, ex-jogador da seleção suíça. O sistema para a escolha do melhor jogador da Copa funciona da seguinte maneira: antes das semifinais, é elaborada uma lista de dez candidatos, e durante a final se escolhe entre eles o melhor atleta do torneio.

Porta-vozes autorizados da FIFA prometeram “avaliar” o procedimento de escolha, “que poderá ser questionado e novamente alterado”. Segundo essas fontes, “o aspecto mais difícil é ponderar o peso de cada coletivo (Grupo Técnico e jornalistas)”. As deliberações secretas do Grupo de Estudos Técnicos não são explicadas posteriormente ao público, como acontece com outros órgãos da FIFA, o que aumenta a suspeita sobre seus diversos comitês.

Em diversos meios de comunicação, acusava-se ontem o argentino Julio Grondona, vice-presidente da FIFA, de ter manipulado o prêmio em favor do seu compatriota. Não parece que essa era a melhor ideia para levantar o ânimo de um jogador que ficou às portas do seu sonho máximo e que guarda em sua casa todos os troféus futebolísticos já alcançados, com exceção da Copa do Mundo. Míchel, treinador do Olympiakos, disse à rádio espanhola SER que Messi “dava vergonha ao receber o troféu de melhor jogador”. Mais taxativo foi o ex-jogador José María Gutiérrez, o Guti: é “lamentável”, “uma falta de respeito a jogadores que fizeram uma grande Copa”.

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