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operação Jules Rimet

Um diretor de empresa ligada à FIFA é detido por venda ilegal de ingressos

Ray Whelan, executivo da empresa Match, é acusado de lavagem de dinheiro e associação criminosa, além de comércio ilegal Ex-jogadores brasileiros ainda estão sob a mira da investigação

Oficiais no Copacabana Palace, após a detenção de Ray Whelan.
Oficiais no Copacabana Palace, após a detenção de Ray Whelan.YASUYOSHI CHIBA (AFP)

Aclarou-se a dúvida: o suposto chefe da rede de revenda ilegal de ingressos da Copa do Mundo desarticulada na semana passada no Rio de Janeiro e em São Paulo, que a polícia descrevia como estrangeiro e “membro da FIFA ou pessoa muito próxima à entidade”, era Ray Whelan, diretor da empresa Match. Policiais do Rio detiveram nesta tarde o suspeito no Copacabana Palace, em frente à praia, sob as acusações de lavagem de dinheiro, associação criminosa e comércio ilegal. Segundo a polícia, Whelan seria o chefe de Lamine Fofana, o empresário argelino que possui uma forte ligação com o futebol brasileiro e que foi detido (junto com outras dez pessoas) na semana passada. A Match é uma empresa associada à FIFA que possui os direitos exclusivos para a venda de pacotes para o Mundial. A polícia suspeita que vários ex-jogadores brasileiros (entre eles, Júnior Baiano, Jairzinho e Roberto de Assis, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho) estariam envolvidos no negócio.

O Copacabana Palace, que hospeda os membros-executivos da entidade máxima do futebol mundial (incluindo o seu presidente, Joseph Blatter), viveu momentos de autêntica tensão durante a detenção de Whelan. A operação policial ocorre na semana decisiva da Copa do Mundo, que espera a visita de vários chefes de Estado, e desde o seu início produziu um enorme mal-estar na FIFA, que negou repetidamente algum envolvimento no escândalo (apesar de a polícia ocultar dados da investigação por temor a vazamentos) e acusou a imprensa de ser manipulada com “rumores” em um caso que, segundo os seus porta-vozes, afetaria apenas 141 entradas. O órgão, no entanto, considera provado que Whelan e Fofana organizaram um negócio ilegal de revenda de ingressos para as partidas da Copa e cujos ganhos podiam chegar a dois milhões de reais. A rede era composta por cerca de 30 pessoas, e este seria o quarto Mundial consecutivo no qual o grupo desenvolveria essa atividade; segundo o delegado Fábio Barucke, do 18 DP do Rio de Janeiro, “o seu lucro era tão alto que (os integrantes) podiam esperar de uma Copa para outra”.

Whelan não é um servidor da FIFA, como investigava a polícia, mas a Match sim atua em seu nome (e com direitos exclusivos) na organização de pacotes de entradas VIP e o registro em hotéis para o Mundial. A empresa é controlada pela Infront, companhia na qual é acionista Phillip Blatter, sobrinho do presidente da FIFA, Joseph Blatter. A Operação Jules Rimet teve início há três meses; gravações autorizadas por um juiz registraram 900 conversas telefônicas entre Whelan e Fofana.

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