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A Copa melhora o humor brasileiro, mas o jogo só termina no final

Uma pesquisa do Datafolha mostra um maior apoio ao Mundial e à presidenta Dilma Os turistas estão felizes, mas não escapam de furtos no meio da folia

Carla Jiménez
Brasileiros comemoram a vitória do Brasil sobre o Chile.
Brasileiros comemoram a vitória do Brasil sobre o Chile. Jarbas Oliveira (EFE)

Feriados em dia de jogo, uma invasão de estrangeiros entusiasmados com o Brasil, e futebol de primeira todos os dias na televisão. Quem iria resistir a esse clima de festa. O número de brasileiros que apoiavam a Copa do Mundo passou de 51% nos primeiros dias de junho, para 63% no início de julho, segundo o instituto Datafolha. O bônus da alegria contagiou também as pesquisas eleitorais, e Dilma Rousseff, a anfitriã da vez, faturou quatro pontos nas pesquisas, passando de 34% para 38% das intenções de votos. Seus adversários, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, oscilaram positivamente de 19% para 20%, e de 7% para 9%, respectivamente.

Para melhor ainda mais esse clima, o número de turistas esperados pode ser superado. A expectativa inicial do Ministério do Turismo foi de 600.000 durante o período da Copa (12 jun-13 jun). Só entre 5 e 20 de junho entraram 437.456 turistas do exterior, segundo a Polícia Federal. O Governo ainda celebra que, entre brasileiros e estrangeiros, 7,6 milhões de pessoas viajaram pelos principais terminais do país desde a abertura da Copa, e o setor hoteleiro comemorou 90% de ocupação.

Notícias alvissareiras para rebater a ressaca antecipada que houve antes do Mundial, com todas as projeções catastróficas feitas sobre o evento. O Brasil está em festa, e quem assistiu a alguma partida, seja em estádio ou em algum bar das cidades sedes, viu que a euforia tomou conta do país.

Mas, ainda que não seja uma catástrofe, nem tudo são flores, nem nas pesquisas eleitorais para Rousseff, e nem na festa dos turistas. A pesquisa Datafolha mostra que Aécio Neves avançou em cidades com 500.000 habitantes nas projeções de um eventual segundo turno com a candidata à reeleição. É a primeira vez que esse resultado aparece.

Para os turistas, o medo da insegurança também tem se confirmado, apesar do reforço do policiamento. Um fotógrafo estrangeiro, que veio cobrir a Copa, teve todos os seus equipamentos roubados em um hotel em Santos. Em Salvador, um grupo de turistas espanhóis foi rodeado por ladrões que lograram furtar um dos celulares. Uma reportagem do porta R7 mostrou que entre o dia 12 de junho, e o dia 19, foram registradas 128 ocorrências de furtos e roubos a turistas que estavam em Salvador, para assistir ao Mundial. A maioria, estrangeiros.

Em São Paulo, na madrugada de terça-feira, uma bomba de efeito moral foi jogada para dispersar brasileiros e estrangeiros que lotavam uma das ruas do bairro da Vila Madalena. A experiência mostra que não se pode cantar vitória antes do fim do Mundial. Como no futebol, o jogo só termina quando o juiz apita.

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