Rubacalba anuncia que deixará o Parlamento e voltará à universidade
O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol abandonará seu cargo depois da eleição de um novo líder socialista
Alfredo Pérez Rubalcaba, atual secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e deputado no Congresso por 21 anos, assistiu nesta quinta-feira a seu último plenário ordinário no Parlamento espanhol. O líder dos socialistas anunciou que abandonará sua cadeira em setembro. Uma decisão ligada a seu pedido de demissão como líder socialista, algo que vai ocorrer em 27 de julho quando seu sucessor será eleito, e que acontece junto com a renúncia a todos seus cargos políticos, também os de eleição popular. Depois de uns meses voltará a ocupar seu posto como professor de Química Orgânica na Universidade Complutense de Madri (UCM).
"Desejo que sintam minha falta como vou sentir a de vocês", disse Pérez Rubalcaba aos jornalistas com aparência de total naturalidade, sorridente e sem mostrar especial emoção. Não é de estranhar, já que sua renúncia havia sido decidida há três meses, quando havia comunicado a algumas pessoas, entre elas o rei Juan Carlos I.
O ainda secretário-geral do PSOE, que protagonizou uma coletiva sem perguntas, reafirmou que esta é uma decisão "pessoal". Além do mais, insistiu em que, em sua opinião, não existe outro posto "mais importante, relevante e gratificante" que o de deputado. Rubalcaba aclarou que até formalizar sua renúncia, participará do Congresso se forem convocados plenários extraordinários.
Rubalcaba chegou ao Congresso em 1993 e, desde esse ano, continuou como parlamentar em todas as legislaturas. Homem forte durante os governos de José Luis Rodríguez Zapatero, ocupou os postos de porta-voz do Grupo Parlamentar Socialista — entre março de 2004 e abril de 2006 —, vice-presidente primeiro do Governo e porta-voz — em 2011 — e ministro do Interior — entre 2006 e 2011. Além disso, com Felipe González, antes, havia sido ministro de Educação e Ciência — de 1992 a 1993 — e da Presidência — de 1993 a 1996.
Em fevereiro de 2012 assumiu o comando do PSOE, quando conquistou a Secretaria Geral do partido ao vencer a ex-ministra Carme Chacón no congresso de Sevilha. No último 26 de maio anunciou sua renúncia, depois de assumir a responsabilidade pela derrota nas eleições ao parlamento europeu e convocar um congresso extraordinário para escolher o próximo líder dos socialistas.
Madina entende Rubalcaba já que o PSOE enfrenta um "novo tempo"
Eduardo Madina, aspirante a líder do PSOE, desejou nesta quinta-feira "muita sorte" a Alfredo Pérez Rubalcaba e assegurou que compreendia sua decisão de deixar o Congresso porque "o partido está às portas de um novo tempo". "É uma decisão que ele está tomando e que eu respeito", assinalou o deputado nos corredores do Congresso, onde lembrou que o ainda secretário-geral foi quem pediu a realização da convocatória de um congresso extraordinário para escolher seu sucessor.
"O PSOE está às portas de um novo ciclo, com um procedimento novo no congresso novo e com uma história nova por escrever", insistiu Madina. "Ele decide sair e agora é o PSOE que precisa decidir seu desenvolvimento futuro, seus projetos e suas lideranças", enfatizou.
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