Segundo a ONU, são mais de 50 milhões de refugiados no mundo
Pela primeira vez, o número supera a cifra de vítimas forçadas ao êxodo durante a Segunda Guerra
O número de refugiados e desalojados no mundo em 2013 alcançou os 51,2 milhões, superando pela primeira vez a cifra de vítimas forçadas ao êxodo durante a Segunda Guerra Mundial, anunciou nesta sexta-feira o ACNUR, o organismo da ONU responsável por proteger e ajudar os refugiados.
Um acréscimo de novos refugiados como o observado no ano passado - 2,5 milhões - não era visto desde 1994, o que coincide com a última Guerra das Balcãs e o genocídio de Ruanda, lembrou ao apresentar estas cifras à imprensa, por motivo do Dia Internacional do Refugiado, o alto comissionado para os Refugiados, Antonio Guterres. "Tudo isto significa que não estamos diante de uma tendência de crescimento, mas de um salto abrupto do deslocamento forçado no mundo", assinalou Guterres.
Um dos fatores determinantes para o aumento de desalojados e refugiados foi a guerra na Síria, que acredita-se já ter forçado mais de três milhões de sírios ao exílio, com 2,8 milhões formalmente registrados pelo ACNUR. Depois da Síria, os países mais afetados pelos novos deslocamentos internos foram República Democrática do Congo e República Centro-Africana, em ambos os casos por conta de conflitos armados. Cerca de 1,4 milhão de desalojados retornaram a seus lares ou os locais onde residiam.
Os desalojados dentro das fronteiras de seus países chegaram aos 33,3 milhões, o maior patamar alcançado desde que se iniciaram os registros para este grupo de vítimas, majoritariamente de conflitos armados e desastres naturais.
Os refugiados - pessoas que fugiram para outros países, geralmente vizinhos - de acordo com o ACNUR e a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos chegaram aos 16,7 milhões em conjunto, embora quando excluído o último grupo os refugiados sejam 11,7 milhões.
Além disso, o organismo contabilizou 1,1 milhões de solicitantes de asilo em 2013, um número 7% maior do que no ano anterior, e a maioria deles em países ricos. A Alemanha converteu-se no maior receptor de petições de asilo, com cerca de 110.000, um aumento que o ACNUR atribui em parte ao maior número de solicitantes da Rússia e da Sérvia.
Os Estados Unidos são o segundo país que recebeu mais pedidos, com um total de 84.000, e entre os quais o 31% corresponde a mexicanos e pessoas da América Central. Neste país, as petições deste tipo subiram 13%, uma variação a qual também contribuíram mais sírios, hondurenhos, egípcios e salvadorenhos, segundo a informação do organismo.
O terceiro receptor mais importantes de pedidos de asilo foi a África do Sul, seguido da França e da Suécia, que é o país que recebeu mais refugiados sírios nos últimos três anos.
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