Colômbia inicia um diálogo de paz com a segunda guerrilha do país
O Exército de Liberação Nacional (ELN), fundado em 1964, possui 1500 integrantes Duas tentativas de acordo já fracassaram
O governo colombiano anunciou, nesta terça-feira, que iniciou um diálogo de paz com a segunda maior guerrilha do país, o Exército de Liberação Nacional (ELN). Em um comunicado conjunto, ambas partes informam que, desde 2013, mantêm “uma série de contatos e reuniões”. O documento, publicado na página site da Presidência de Colômbia, define como “fase exploratória” o estado atual do diálogo e diz que o objetivo é “firmam uma agenda e um acordo que faça viável o fim do conflito, e a construção da paz estável e duradoura para Colômbia”.
Enquanto a negociação de paz com as FARC, iniciada em novembro de 2012 e que se desenvolve em Havana, está muito avançada e se converteu no eixo das eleições presidenciais do domingo, o ELN busca participar de um processo similar para deixar as armas. No documento consta que, até agora, o único acordo é que as conversas “incluirão os pontos de vítimas e participação da sociedade”, um gesto que repete o processo de Havana, no qual se insiste para que a questão das vítimas esteja no centro do diálogo.
O Governo e o ELN se dirigem à “Colômbia e à comunidade internacional” para expressar a “vontade recíproca” de estabelecer uma “mesa de conversas”, em um anúncio muito similar ao feito quando se acertou a negociação com as FARC, e agradecem “a boa vontade e compromisso” do Brasil, Chile, Cuba, Equador, Noruega e Venezuela no “acompanhamento e garantias deste processo”.
O ELN nasceu quase simultaneamente às FARC, em julho de 1964, com uma ideologia que mistura cristianismo, marxismo e nacionalismo radical. Atualmente, as autoridades calculam que o movimento tenha cerca de 1.500 membros, após terem sua força reduzida a um terço em embates com o Exército.
Não é a primeira vez que a guerrilha começa diálogos de paz. Iniciou tratativas semelhantes antes da chegada de Juan Manuel Santos ao poder e na presidência de Álvaro Uribe. Inclusive em 2000, durante o frustrado processo de paz com as FARC em El Caguán, tentaram pressionar o governo para que aceitasse uma zona militar desmilitarizada, como havia concedido à principal guerrilha do país.
No último ano, também trataram de chamar a atenção de Santos e, poucos meses de começar o processo de paz com as FARC, fizeram uma série de sequestros, uma de suas práticas habituais, particularmente odiada pelos colombianos. Buscavam pressionar para participassem também de um diálogo . No início de 2013, libertaram dois alemães e depois cinco contratados de uma multinacional mineira e, por meio, de comunicados, enfatizaram que estavam dispostos “a dialogar com o Estado para construir soluções não militares”. Agora, neste documento conjunto, as partes dizem aspirar “o fim do conflito e construir um país em paz e equidade”.
Desde o início das negociações com as FARC, vários setores políticos e sociais pedem que ocorra também um diálogo com o ELN, por considerar necessário um acordo de desarmamento com as duas guerrilhas para se chegar a paz completa.
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