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As grandes potências esquentam os motores para o Mundial do Brasil

A Espanha espera Costa. Lahm pede lugar no eixo da Alemanha ao mesmo tempo que Rooney joga futebol americano. Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo assumem a liderança suas equipes As lesões também aterrorizam a Holanda e o Uruguai

Neymar, durante treinamento na Granja Comary.
Neymar, durante treinamento na Granja Comary.Buda Mendes (Getty Images)

Faltam duas semanas para que a bola role na Copa do Mundo do Brasil. Tempo para que as seleções ganhem cor e forma. Assim estão os 11 principais candidatos ao título.

→ O bunker do Brasil. “Vi Ronaldo e Romário sendo campeões, e eu também quero ser”, anuncia Neymar, estrela de um Brasil rejuvenescido ao ponto de que só cinco jogadores (Julio César, Thiago Silva, Daniel Alves, Maicon e Ramires) repetem a lista do Mundial anterior. Preocupados pela euforia desatada da torcida mesclada com a enfurecida massa social, que reivindica menos futebol e mais atenção à saúde e a educação, Brasil se trancou na Granja Comary, a 80 quilômetros do Rio. Sem baixas, a canarinha acha que a última Copa das Confederações —golearam a Espanha na final— é o melhor barômetro para enfrentar seu Mundial.

→ Lahm, o eixo da Alemanha. Correndo acima da velocidade da permitida e com o celular pendurado na orelha, o selecionador, Joachim Löw, perdeu a carteira de motorista. Um contratempo menor para a Alemanha, concentrada ao pé dos Alpes italianos. Mais parece incomodar a predisposição de Lahm a ser meio-campista —invento acertado de Guardiola no Bayern—, longe de sua posição natural, a de lateral direito. Khedira, Schweinsteiger e Kroos eram, no princípio, os destinados a ocupar o meio campo. No domingo, ante Camarões, pode ser tirado as dúvidas.

À espera de Diego Costa. A seleção de Del Bosque começou sua preparação com dúvidas sobre o estado do atacante hispanobrasileiro, cuja recuperação dependerá a lista final de 23 jogadores que viajem ao Brasil. Torres espera sua oportunidade. Jogadores jovens pedem passagem em uma equipe marcada pelo equilíbrio entre a geração campeã e novos talentos que renovem uma proposta muito estudada pelos rivais. Segue figurando entre as quatro seleções favoritas. Na sexta-feira, enfrentará a Bolívia em um amistoso, informa Pedro Cifuentes.

Van der Vaart
Van der Vaart

→ A ruptura de Van der Vaart. Com Robben confortável depois de ter perdido boa parte da faísca competitiva que ofereceu ao longo da jornada, um novo problema atingiu o grande rival da Espanha na primeira fase: a baixa de Van der Vaart, que perderá o Mundial depois de uma lesão muscular durante um treinamento na concentração em Portugal. Louis Van Gaal tem agora a opção de incluir a Sneijder (Galatasaray), a anos luz do nível oferecido na África do Sul 2010. A Holanda jogará sua próxima partida amistosa no sábado contra Gana.

→ Corta-fogos Prandelli. A notícia da renovação de Cesare Prandelli até 2016 inundou de tranquilidade a concentração da Itália em Coverciano. Ao mesmo tempo, o técnico tempera o caráter de Balotelli e dá importância ao fato de que se tenha encontrado 25 quilos de comida vencida no hotel da azzurra no Brasil. Jogam no sábado contra a a Irlanda e centram-se na Copa, onde não vão como favoritos, mas sim fiados a seu futebol. Como em 1982 e 2006, onde levaram o título.

→ ‘Touchdown’ de Rooney. Os problemas do atacante Rooney na virilha mal alteram o ânimo do veterano inglês Roy Hogdson. A estrela da equipe inglesa não participou com o resto de seus colegas nas últimas sessões de treinamento, focado em exercícios mais próprios de futebol americano que de futebol. A Inglaterra, que agora treina em seu país, se exercitará em um forte militar no Brasil. Antes, se testará contra o Peru em Wembley.

→ Ao ritmo de Cristiano. Desde a concentração portuguesa recorre-se com inflexível persistência a Cristiano Ronaldo e os problemas musculares que lhe tomaram protagonismo ao final da temporada europeia. Por isso, o técnico, Paulo Bento, já esclareceu que o 7 terá uma preparação especial e a sua medida, o que faça falta. O conjunto luso enfrentará primeiro a Grécia e depois o México e a Irlanda. “Não temos a pressão de ganhar e é genial”, explica Ronaldo; “nada é impossível”.

O francês Pogba na partida contra a Noruega.
O francês Pogba na partida contra a Noruega.FRANCK FIFE (AFP)

→ Pogba rege o futebol. O meio-campista juventino Pogba é o homem de moda na seleção francesa depois de sua atuação contra a Noruega no último amistoso, que se acabou com um triunfo por 4-0. Não obstante, o treinador Didier Deschamps prefere apertá-lo: “Pode fazer muito mais”. Aviso para todos, inclusive para Benzema, sem a vaga de centroavante assegurado porque Giroud pede a vez, que fez dois gols contra os noruegueses.

→ O menisco do Uruguai. Já não é a cartilagem de Luis Suárez, senão que é o menisco do Uruguai, país assustado porque sua principal estrela passou pelo cirurgião na última semana. “Meu sonho segue intacto, estarei ali”, afirmou o jogador. Óscar Tabárez testará nos próximos amistosos (Irlanda do Norte e Eslovênia) com Forlán como parceiro de baile de Cavani, a outra grande estrela. Concentrados no Complexo Celeste, na periferia de Montevidéu, a seleção celeste sonha com o legado de Ghiggia, capaz de desmontar o Maracanã na final de 1950.

Messi, no treino da Argentina.
Messi, no treino da Argentina.Natacha Pisarenko (AP)

→ O bastião Messi. Obcecado com os detalhes, o técnico Alejandro Sabella inspecionou na segunda-feira a grama de Ezeiza, centro de treinamento da Argentina até o dia 9, quando viajarão a Belo Horizonte. Antes, no entanto, disputará dois amistosos em casa (Trinidad e Tobago e Eslovênia), duelos para elucidar se existem soluções para reforçar a defesa, sobretudo porque ninguém dúvida do ataque nem de Messi. Mas Leo, que tem passado por seu pior ano, exige conquistar o Mundial, objetivo superlativo porque é em terra hostil e porque um triunfo o equipararia a Maradona. “O líder é Messi, nosso bastião”, disse Sabella.

→ Os retoques do Chile. Discípulo de Marcelo Bielsa, Jorge Sampaoli faz e desfaz no Chile. Excluído há duas semanas o goleador de Colo-Colo Esteban Paredes, volta agora com a baixa do lesionado Matías Fernández. Uma debilidade que preocupa o selecionador, consciente de que Vargas e Alexis põem intensidade e velocidade, mas pouco arremate. Elogiado por todos, o Chile resiste à algazarra e se foca em alcançar as quartas-de-final, conquista inédita desde seu Mundial, em 1962. Instalados em Pinto Durán, perto de Santiago de Chile, jogarão amistosos (Egito e Irlanda do Norte) antes de viajar ao Brasil. Contam com Vidal, a alavanca chilena, por mais que tenha sido operado do menisco há duas semanas.

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