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Descobertos na Argentina restos do maior dinossauro do mundo

Exemplar mediria 40 metros de largura e, com suas 77 toneladas, teria o peso de 14 elefantes

Francisco Peregil
O paleontólogo Pablo Puerta, ao lado do fêmur de dinossauro.
O paleontólogo Pablo Puerta, ao lado do fêmur de dinossauro.Jose Maria Farfaglia (AP)

Os investigadores do Museu Egidio Feruglio, situado na localidade de Trelew (província de Chubut), na Patagônia apresentaram os restos do que consideram ser o maior dinossauro encontrado até agora no mundo. O museu paleontológico divulgou imagens de um fêmur de 2,40 metros, o que faz os cientistas calcularem que o animal, pertencente à espécie herbívora dos saurópodes, mediria 40 metros da cabeça à cauda, teria 20 metros de altura e pesaria cerca de 77 toneladas, o equivalente a 14 elefantes africanos.

Ainda que os responsáveis do museu tenham divulgado a notícia na sexta-feira, o fêmur foi levado à superfície há três meses. O primeiro aviso sobre a existência do osso foi dado pelo peão rural Aurelio Hernández há seis anos. Hernández o encontrou em uma propriedade situada a 260 quilômetros de Trelew, que possui 100.000 habitantes. Ele informou os proprietários do terreno e nunca teve consciência da relevância de sua descoberta porque morreu há dois anos, quando os cientistas começavam a visitar a região. A escavação começou finalmente no início de 2013. Agora se dispõe de quase todos os ossos do dinossauro, exceto do crânio. E os pesquisadores do museu calculam que existam outros 200 ossos pertencentes a sete exemplares.

O dinossauro, que ainda não foi batizado, foi encontrado entre rochas com antiguidade estimada em torno de 90 milhões a 100 milhões de anos. A extinção em massa dos dinossauros aconteceu há quase 65 milhões de anos, no período Cretáceo Superior, muito antes do surgimento dos primeiros hominídeos, na África, há cerca de quatro milhões de anos.

Gabriel Casal, paleontólogo da Universidade Nacional da Patagônia San Juan Bosco, explicou em entrevista a uma rádio local: “É um sarópode, que são os dinossauros de pescoço comprido, cabeça pequena e corpo volumoso, quadrúpedes. O que não é frequente encontrar é esse tamanho gigantesco. Cada descoberta que se faz, que contribui para o entendimento destes maiores vertebrados que habitaram o planeta em toda a história geológica, sempre é muito valiosa”.

José Luis Carballido, um dos pesquisadores responsáveis pela investigação, afirmou ao jornal La Nación: “Quando escavamos para descobrir o osso que sabíamos que era um fêmur, nos surpreendemos pelo tamanho: é o maior que se tem conhecimento deste animal. Mas ficamos mais impactados à medida que íamos cravando a picareta, nós encontrávamos restos distintos como costelas, quadril, cauda completa, úmero completo, que nos permitem ver que eram animais grandes que comiam e se movimentavam em grupo”.

Alguns ossos já foram transferidos para o Museu Egidio Feruglio, e outros foram protegidos com gesso no terreno onde estão, à espera do fim do rigoroso inverno austral para que as escavações sejam retomadas na primavera.

O maior dinossauro encontrado até agora também era argentino. Se trata do Argentinosaurus huinculensis, encontrado na província de Neuquén em 1989. Tem 38 metros de comprimentos e 18 de altura. Tanto o de Neuquén como o de Chubut se alimentavam de folhagem das árvores. Os pesquisadores acreditam que esses dinossauros podiam devorar bosques inteiros em poucos minutos e que podiam engordar cerca de 6.000 quilos a cada ano.

A descoberta de Chubut se soma a outra realizada esta semana na província de Neuquén. Se trata de um brontossauro de pescoço longo e apenas nove metros de comprimento. “É o mais famoso dos herbívoros, o dinossauro dos Flintstones (o desenho animado)”, disse à agência de notícias oficial Télam o paleontólogo Sebastián Apesteguía. O pesquisador indicou que essa espécie só tinha sido encontrada até agora no hemisfério norte e na África.

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