_
_
_
_

Centenas de mortos por deslizamentos de terra em área remota do Afeganistão

Número de vítimas pode chegar a 2.500. Outros 4.000 habitantes tiveram de deixar suas casas Dois deslizamentos enterraram uma aldeia da província de Badakhshan

Ángeles Espinosa
A única escavadeira que pode buscar sobreviventes de deslizamento no Afeganistão.
A única escavadeira que pode buscar sobreviventes de deslizamento no Afeganistão.Gulrahim Niazman (AP)

Mais de 2.500 pessoas podem ter morrido no deslizamento de terra na região afegã de Badajshan (nordeste do país) ocorrido na sexta-feira. As autoridades só confirmaram a morte de 300 moradores do remoto distrito de Argo, mas ainda há muitos outros desaparecidos.

No entanto, as escassas possibilidades de os encontrar com vida e o temor de novos desprendimentos levaram hoje a interromper as tarefas de resgate, na evacuação e no alojamento de 700 famílias cujas casas se achavam na zona de risco. “Temos uma lista de 300 mortos confirmados”, declarou Shah Waliwallah Adib, o governador provincial, citado pela agência France Presse.

A Missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) afirmou na sexta-feira que havia 350 mortos fazendo eco às cifras das autoridades locais. Mas a realidade é que ninguém sabe com certeza quantas pessoas ficaram enterradas pela torrente de barro e pedras que na sexta-feira pela manhã arrasou a aldeia de Aab Barik, onde viviam centenas de famílias. Segundo o vice-governador, Mohammad Bedar, um primeiro desprendimento afetou duas mesquitas em que os fiéis se agrupavam para a prece, e o segundo sepultou os que foram resgatá-los.

Anteriormente, o governador, citado pela rede de televisão TOLONews, estimou os mortos em 2.500. Seu porta-voz, Naweed Forotan, disse à Reuters que “ao menos 2.100 pessoas de 300 famílias” morreram. No entanto, Bedar disse depois que “as primeiras cifras eram fruto de depoimentos”, não de suas equipes técnicas, e se mostrou confiado em que não se supere de 500 mortos.

Em todo caso, uma catástrofe sem comparação para os habitantes de Aab Barik, que se tornou um cemitério e que é parte de uma das províncias mais pobres em um dos países mais pobres do mundo. Badakhshan, limítrofe com Tadjiquistão, China e Paquistão, já fora afetada pelas chuvas torrenciais da semana anterior. Além disso, de várias dezenas de mortos, a água danificou sua precária rede viária, o que agora está dificultando a chegada da ajuda.

O Exército afegão transportou equipes de resgate com seus helicópteros. Também uma escavadeira, o único meio mecânico disponível para retirar o barro. Até esse momento, os moradores só contavam com suas mãos e algumas pás para buscar os possíveis sobreviventes. Era um trabalho impossível e perigoso porque toneladas de pedras e lodo engoliram cerca de 300 casas. Só oito pessoas foram resgatadas, segundo TOLONews. O risco de novos desprendimentos fez com que as autoridades interrompessem as tarefas e concentrassem-se na atenção aos deslocados.

“Pedimos a 700 famílias que abandonem suas casas porque a ladeira da colina segue instável, e precisam de ajuda urgente”, manifestou o governador. Dado o tamanho médio da família afegã, isso significa umas 4.000 pessoas ficaram sem teto. Algumas encontraram refúgio em uma aldeia próxima, mas as lojas de campanha e cobertores disponíveis eram insuficientes. Além disso, pela noite as temperaturas são inferiores ao zero grau.

As principais necessidades são água, comida, remédios e alojamento de emergência, explicou Ari Gaitanis, um porta-voz de UNAMA. Uma equipe do Programa de Alimentação Mundial deslocou-se ao local para distribuir rações alimentícias. As forças da OTAN ofereceram sua ajuda ao Governo afegão e numerosos mandatários estrangeiros expressaram seus condolências.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_