Santos leva a dianteira, mas se enfraquece nas pesquisas presidenciais
Os levantamentos indicam que a projeção de voto do mandatário colombiano se estanca ou inclusive cai, embora mantenha vantagem sobre seus grandes rivais, Peñalosa e o 'uribista' Zuluaga
A quatro semanas do primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, as pesquisas começam a mostrar um panorama que já não é tão folgado para o presidente Juan Manuel Santos. Até agora, o mandatário levava a dianteira na intenção de voto para ser reeleito. Não tanto para triunfar no primeiro turno (que se realizará no próximo dia 25 de maio), mas sim para ganhar em um segundo turno ao rival que resulte, que segundo os prognósticos estaria entre o ex-ministro Óscar Iván Zuluaga, candidato de seu maior opositor, o ex-presidente e agora senador eleito Álvaro Uribe Vélez, e o independente Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá.
No entanto, os dados atuais não dão a Santos tanta vantagem. Na mais recente pesquisa realizada pela empresa Ipsos Napoleón Franco, contratada por uma aliança de vários meios de comunicação e divulgada no domingo, a intenção de voto do presidente Santos mostra uma tendência ao estancamento e inclusive a perda de apoio eleitoral, já que de 28% em fevereiro passou a 23% em abril. Ao contrário dos que o seguem de perto mostram recuperações importantes. Neste levantamento, Zuluaga se localizou em segundo lugar com 15 pontos e é o que mais subiu (há dois meses tinha 9 pontos). Peñalosa o segue de perto, com 11 pontos, que duplicou o que tinha em fevereiro.
Uma das principais razões pelas que estes dois aspirantes presidenciais cresceram na intenção de voto foi a capitalização dos resultados das eleições parlamentares de 9 de março, nas que as hostes uribistas mostraram seu potencial eleitoral depois de ter eleito 20 senadores e 16 representantes à Câmara, enquanto Peñalosa, em uma votação paralela para eleger cabeça de lista do partido Alianza Verde, foi proclamado candidato com mais de dois milhões de votos.
Em uma pesquisa de vários meios de comunicação, Santos cai de 28% do voto em fevereiro a 23% em abril
Esta pesquisa também mostra que Santos perde apoio em Bogotá. Segundo Ipsos, a capital colombiana votaria primeiro em Peñalosa, depois em Zuluaga e em terceiro em Santos. O que pesa contra é que na semana passada o mandatário se viu obrigado por ordem de um juiz a reintegrar ao prefeito Gustavo Petro, a quem ele mesmo destituiu há um mês, o que para muitos analistas evidenciou que tinha se equivocado ao não acatar as medidas cautelares que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos outorgou ao governante. Depois impugnou a sentença judicial, uma decisão que para os capitalinos petristas é equivocada.
O outro levantamento divulgado também no domingo, contratado por meios como o jornal El Tiempo e realizada pela empresa Datexco, propõe que com qualquer dos dois concorrentes mais fortes (Zuluaga ou Peñalosa) o presidente Santos ganharia no segundo turno (na primeira teria 28%). No entanto, há uma clara concorrência por saber quem seria seu adversário. Nesta pesquisa, Zuluaga tem 16% e Peñalosa, 15,7%.
A coincidência entre as duas pesquisas é que o atual presidente, embora mantenha uma margem com seus outros adversários, não os derrotaria em primeira turno e seu crescimento nas sondagens eleitorais se encontra estancado, enquanto os outros crescem.
Outro fato interessante que registra este segundo levantamento é que as candidatas pelo Partido Conservador, Marta Lucía Ramírez (7,2%), e a esquerda, Clara López Obregón (9,6%), não decolam mas têm uns níveis de apoio que se forem mantidos poderão ser definitivos para inclinar a balança em um eventual segundo turno, pelas alianças que poderiam fazer.
Diferentes levantamentos coincidem que Santos ganharia em segundo turno contra Zuluaga ou Peñalosa
Datexco revela que em caso que se enfrentem Juan Manuel Santos e Enrique Peñalosa no segundo turno, o mandatário ganharia com uma percentagem de 34,1% contra 28,5%. Ocorreria o mesmo entre Santos e Zuluaga, que ganharia por uma margem de quase 10 pontos.
Neste palco, enquanto Santos mantém a dianteira nas pesquisas não pôde abrir uma maior brecha com relação a rivais como Zuluaga e Peñalosa, que estão capitalizando por um lado o lento avanço do processo de paz com a guerrilha das FARC (que foi o cavalo de batalha do uribismo) e o questionamento das alianças clientelistas do governo com caciques eleitorais, que foi a crítica recorrente dos verdes.
As pesquisas também mostram uma alta percentagem de indecisos e de pessoas que estão pensando votar em branco, em parte porque a campanha eleitoral não emociona ainda. Por isso, a um mês de que se realize o primeiro turno presidencial, enquanto Santos ganharia em um segundo turno não pode ser dado por certo que siga baixando na intenção do voto dos colombianos. Também não há que descartar que tanto Zuluaga como Peñalosa dêem uma surpresa.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.