O Santander lança uma OPA de 14,21 bilhões de reais para filial no Brasil
Propõe pagar em ações com um prêmio de 20% por 25% do capital que não controla A oferta é inferior em 33% ao preço de lançamento das ações do banco em bolsa
O Banco Santander aprovou o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações do Banco Santander Brasil que não controla e que representam, aproximadamente, 25% do capital do Banco Santander Brasil. O Banco Santander oferecerá uma valorização de 20% sobre a última cotação. O importe da operação, que a instituição espera esteja concluída em outubro, será pago em ações do Banco Santander. A oferta está sendo feita apenas cinco anos depois de o banco, presidido por Emilio Botín, decidir colocar em Bolsa boa parte do capital de sua filial brasileira para reforçar seu caixa com o capital realizado. O preço oferecido agora é 33% inferior ao da época.
Se a oferta for aceita pela totalidade do capital que está em mãos dos investidores minoritários, o Santander teria de emitir 665 milhões de ações, o que equivale a 5,8% do capital atual, de 4,68 bilhões de euros (14,21 bilhões de reais). O banco comunicou a operação pouco antes de apresentar os resultados do primeiro trimestre, no qual o grupo Santander ganhou 1,3 bilhão de euros (3,94 bilhões de reais), 8% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
O lucro do banco cresceu 8% no primeiro trimestre, até 1,3 bilhão de euros (3,94 bilhões de reais)
O Santander colocou as ações de sua filial brasileira em Bolsa há cinco anos ao preço de 23 reais e agora oferece 15,31 reais, em uma moeda que, além do mais, se depreciou recentemente. Nesse período, porém, os acionistas receberam dividendos e bonificações em dinheiro por outros 4,81 reais. Quando ocorreu, a entrada da filial na bolsa serviu ao Santander para obter fortes retornos e reforçar seu capital. Agora, o banco presidido por Emilio Botín considerou que a ação estava subvalorizada. Isso lhe permite oferecer ações próprias como moeda de pagamento com um prêmio e que ainda assim, o benefício por ação aumente como consequência da operação.
"Confiança no Brasil"
"Esta oferta é uma demonstração da confiança do Banco Santander no Brasil e em sua filial neste mercado, bem como em seu potencial de crescimento a longo prazo. O Santander oferece aos acionistas do Santander Brasil a oportunidade de trocar suas ações com uma valorização de 20% e continuar como acionista do Santander Brasil”, explicou o banco em uma nota. A oferta é voluntária, de modo que os acionistas minoritários do Santander Brasil poderão optar ou não por ela, e não está condicionada a um nível mínimo de aceitação. O Santander adquirirá todas as ações que aceitem a oferta e não tem intenção de excluir da cotização o Santander Brasil nem na bolsa de São Paulo nem na de Nova York. As ações do Banco Santander serão cotadas na bolsa de São Paulo em forma de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
O banco assegura que a “operação é boa tanto para os acionistas do Banco Santander Brasil como para os da matriz, o Banco Santander”. Para os investidores minoritários do Banco Santander Brasil pelo fato de que receberão um prêmio de 20%, o que representa um índice de preço/lucro (PER) maior que o de seus competidores, segundo o consenso do mercado. Além do mais, será recebido em ações do Banco Santander, “o que lhes permitirá continuar beneficiando-se das vantagens da exposição no Brasil e de um valor com elevada diversificação e perspectivas de crescimento”, acrescenta a nota.
O comunicado diz ainda que a operação também é positiva para os acionistas do Banco Santander, já que incrementará seu lucro por ação (LPA) desde o primeiro momento. O mercado em geral prevê que o Santander Brasil obtenha um lucro próximo dos 6,4 bilhões de reais em 2015, dos quais, com a participação atual, o grupo Santander teria ao redor de 1,5 bilhão de euros (4,6 bilhões de reais). Portanto, se chegar à totalidade do capital em mãos dos minoritários, o Santander Brasil aportaria ao Grupo Santander aproximadamente 500 milhões de euros (1,51 bilhão de reais) a mais no ano em questão, incrementando em 1,3% o LPA, aumento que seria de 1,1% em 2016. O impacto em capital seria praticamente neutro, já que no caso de a totalidade dos minoritários aceitar a proposta isso resultaria em três pontos básicos ao core capital.
A oferta estará sujeita às condições habituais deste tipo de operação, incluindo a obtenção das correspondentes autorizações regulatórias e sua aprovação pela junta geral de acionistas do Banco Santander.
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