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NAUFRAGIO NA COREIA DO SUL

Seul acha que a tripulação do navio atuou de forma equiparável a um “assassinato”

O capitão e seus assistentes abandonaram o barco e ignoraram as ordens de evacuação dos controladores, segundo o Governo

Familiares dos desaparecidos esperam notícias do naufrágio.Foto: reuters_live | Vídeo: Reuters-LIVE! / EFE

Depois das contínuas críticas sobre como o Governo está manipulando o afundamento do navio da semana passadas, a presidenta sul-coreana Park Geun-hye disse na segunda-feira que as ações do capitão e da tripulação são "equivalentes a um assassinato."

Durante uma reunião com seus assessores, Park disse que o capitão e a tripulação, que abandonaram o barco à deriva com mais de 300 passageiros mortos ou desaparecidos na manhã da quarta-feira, atuaram de maneira "incompreensível do ponto de vista do senso comum”.

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A presidenta também se referiu indiretamente às transcrições da comunicação que teve entre o Sewol e o centro de controle de tráfico marítimo, que se publicaram no domingo e mostraram a confusão que ocorreu nos minutos finais do navio. Os controladores de tráfego ordenaram uma evacuação do barco, mas o Sewon respondeu dizendo que não era possível já que os sistemas de comunicações do barco não funcionavam.

Park disse que parecia que Lee Jun-seok, o capitão do barco, duvidava em evacuar os passageiros, e depois "os tinha abandonado". “[O Governo] obrigará àqueles responsável a pagar as contas independentemente de sua categoria”, acrescentou Park.

Lee, que segue preso, disse a jornalistas que não ordenava uma evacuação imediata porque temia que os passageiros estivessem em perigo por uma água fria a 10 graus e fortes correntes. Outros quatro membros da tripulação foram detidos pela polícia nesta segunda-feira, além de Lee e dos dois membros da tripulação que estavam no barco no momento do acidente.

As declarações da presidenta aconteceram enquanto continuam os esforços de recuperação na costa sudoeste da península, onde naufragou o barco Sewol e as autoridades aprofundam sua investigação sobre a causa da tragédia.

Centenas de mergulhadores têm estado toda a noite trabalhando, tirando corpos do navio afundado, acompanhados de 214 barcos e 35 aviões. Esta madrugada os mergulhadores encontraram uma forma de entrar no refeitório do navio, um dos dois locais onde podia ter sobreviventes dentro do barco, segundo disse Park Seung-ki, porta-voz do centro de reação intergovernamental, em uma coletiva de imprensa.

O número de mortos chegou a 64 na segunda-feira pela tarde horário local e 238 desaparecidos, à medida que continuam as operações de busca no sexto dia após a catástrofe. “Estamos fazendo todo o possível para salvar a cada uma das preciosas vidas”, disse Park.

Mas as esperanças de encontrar mais sobreviventes diminuem rapidamente ao não ter encontrado ainda a nenhum sobrevivente. Os mergulhadores e outras pessoas envolvidas na operação de recuperação dizem que há poucas possibilidades de que os passageiros desaparecidos estejam vivos após cinco dias nas águas frias e agitadas.

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