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Uma jornalista da Globovisión é sequestrada na Venezuela

A ONG Repórteres Sem Fronteiras exige que se esclareça o quanto antes o desaparecimento da repórter Nairobi Pinto

Nairobi Pinto, em uma foto do Facebook. / Reprodução
Nairobi Pinto, em uma foto do Facebook. / Reprodução

A organização de defesa da liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) expressou nesta quarta-feira sua preocupação com o paradeiro da jornalista venezuelana Nairobi Pinto, desaparecida desde o domingo passado, quando, segundo testemunhas, foi levada por três homens à paisana a bordo de um carro sem placas, em Caracas.

Pinto é atualmente a chefa dos correspondentes da Globovisión, o canal de notícias 24 horas que por muito tempo representou o desafio mais irritante para a versão oficial dos fatos transmitida pelos meios de comunicação chavistas.

Adquirida em meados do ano passado por investidores próximos ao Governo, o canal alterou notavelmente sua linha editorial e informativa, transformando-se em motivo de frustração e ásperas críticas dos setores afins à oposição, que costumavam acompanhar seus noticiários.

“Pedimos que se esclareça o quanto antes este sequestro, e recordamos que não deve se descartar de saída que o delito esteja relacionado à atividade profissional da vítima”, declarou a diretora da RSF para as Américas, Camille Soulier, em Paris, onde fica a sede da entidade.

O caso apresenta certamente características estranhas para que seja tratado como um crime comum. A vítima não possui muitos bens. E, apesar dos vários dias transcorridos, seus sequestradores ainda não entraram em contato com familiares da jornalista para exigir o pagamento de resgate ou fazer qualquer reivindicação.

O enigma pareceu ganhar uma nova dimensão na terça-feira à noite, quando Gaby Arellano, uma das dirigentes estudantis que lideram os protestos dos últimos dois meses contra o Governo de Nicolás Maduro, revelou que Pinto é uma de suas amigas mais próximas. “Com dor e com toda responsabilidade” ela atribuiu o sequestro a motivações políticas e responsabilizou o ministro do Interior, general Miguel Rodríguez Torre, pelo que vier a acontecer com a jornalista e com pessoas próximas a ela.

O ministro Rodríguez, aliás, havia insinuado horas antes que o sequestro poderia ter uma origem política, mas de sinal contrário, ao recordar que perto do local do do ocorrido havia uma guarimba, ou barricada da oposição.

Também na quarta-feira houve outro revés para a liberdade de imprensa na Venezuela. Um carregamento de papel-jornal suficiente para 15 dias de impressão, enviado pela associação de jornais colombianos em solidariedade a três publicações venezuelanas – El Nacional e El Nuevo País, ambos de Caracas, e El Impulso, de Barquisimeto –, permanecia retido em um posto fronteiriço da Guarda Nacional venezuelana, no Estado de Zulia.

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