Abatido El Chayo, fundador do maior cartel de drogas de Michoacán
Nazario Moreno foi uns dos fundadores do grupo La Familia Michoacana O Governo de Felipe Calderón já o havia dado como morto em 2010
Nazario Moreno, conhecido como El Chayo, fundador do cartel de drogas que controla o estado de Michoacán, no sudoeste do México, morreu neste domingo em um confronto com forças oficiais. A morte de El Chayo já havia ocorrido, segundo a versão oficial, em 9 de dezembro de 2010, conforme anunciou na ocasião o Governo do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012). O fundador dos Cavaleiros Templários, o grupo do crime organizado ao qual as autodefesas declararam guerra em fevereiro de 2013, é o único narcotraficante mexicano a "morrer" duas vezes nos últimos quatro anos.
A notícia foi adiantada pela agência de notícias Associated Press, a mesma que difundiu a captura, há duas semanas, de Joaquín Guzmán Loera El Chapo, líder do cartel de Sinaloa foragido durante 13 anos. Em um primeiro momento informou-se de que peritos da Procuradoria Geral da República (PGR) faziam exames em um corpo que poderia ser de Moreno. Os servidores públicos informaram à AP que equipes forenses estavam tratando de determinar sua identidade.
Chamado também de El Más Loco ("O Mais Louco") e considerado pelo Governo um dos criminosos mais violentos do cartel, Nazario Moreno é o autor do código de ética do grupo A Família michoacana, a organização à qual pertencia antes da formação dos Templários. Em um livro, El Chayo afirma que a tortura e morte de seus rivais corresponde a uma "justiça divina". O grupo recrutava seus membros em centros de reabilitação de drogas e pedia para que se mantivessem longe dos vícios e protegesse "a unidade familiar". Na cidade de Apatzingán, considerada bastião dos Cavaleiros Templários, Nazario Moreno é considerado por muitos um santo, e o cartel que dirige, uma religião.
Desde janeiro último, o Governo de Enrique Peña Nieto dispersou um grande operativo de segurança no estado de Michoacán para frear a escalada da violência dos últimos meses de 2013. Desde fevereiro do ano passado, vários municípios de Tierra Caliente pegaram em armas contra os que eles denunciaram como “abusos” dos Cavaleiros Templários. Cobranças de taxas, extorsões, sequestros, estupros e assassinatos eram o pão de cada dia em muitas comunidades da região.
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