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Descoberta no Egito uma pirâmide de 4.600 anos

O monumento foi encontrado no sul do país, e originalmente alcançava 13 metros de altura Estima-se que sua construção é anterior à de Queóps, e que não tenha câmara funerária

Arqueólogos trabalhando na pirâmide de Edfu.
Arqueólogos trabalhando na pirâmide de Edfu.UNIVERSIDADE DE CHICAGO

Uma equipe de arqueólogos fez uma escavação nas cercanias da cidade de Edfu, no sul do Egito, e descobriu uma pirâmide em degraus (ou escalonada) que foi construída há mais ou menos 4.600 anos. A construção, atualmente de pouco mais de 5 metros de altura mas que na época alcançava 13 metros, faz parte das pirâmides conhecidas como “provinciais”, construídas durante os reinados do faraó Huni (2.635 a.C) e do faraó Snefru (2.610 a.C). Estima-se que a construção, feita de tijolos de arenito e argila, é algumas décadas mais velha do que a famosa pirâmide de Queóps.

As sete pirâmides provinciais estão espalhadas em vários assentamentos no centro e no sul do país árabe. Por não ser destinadas a se converter em um monumento funerário, não possuem câmaras internas. Não está claro qual foi o propósito de sua construção, mas os especialistas acham que eram monumentos públicos para engrandecer o poder dos faraós. Exceto uma delas, todas as outras têm uma dimensão muito parecida, com uma base de aproximadamente 20 por 20 metros.

Mapa de localização das sete pirâmides provinciais no Egito. 

“As características parecidas entre estas pirâmides é algo assombroso. Está claro que faziam parte de um mesmo plano... A construção reflete um bom domínio da construção com pedra, sobretudo pelo ajuste dos blocos”, declarou à publicação Live Science Gregory Marouard, um arqueólogo do Instituto Oriental da Universidade de Chicago, membro da equipe que realizou a descoberta. Como o monumento sofreu o roubo dos tijolos de sua parte superior, perdendo parte de sua forma de pirâmide, os habitantes dos povos próximos sempre acharam que se tratava de uma tumba de um homem santo muçulmano.

Aos pés da pirâmide encontraram-se restos humanos e de oferendas de comida, além de vários hieróglifos que os arqueólogos acham que datam de séculos após a construção do monumento. “Estas são inscrições privadas, pouco sofisticadas, e seguramente dedicadas às tumbas de crianças situadas sob os hieróglifos, aos pés da pirâmide”, explica Marouard. Embora os especialistas sabiam da existência da pirâmide, sua estrutura concreta não foi revelada até que a equipe de Marouard começou seus trabalhos em 2010, segundo um estudo apresentado no simpósio da Sociedade para o Estudo das Antiguidades do Egito realizado recentemente em Toronto.

Segundo os estudiosos, quando o faraó Quéops iniciou seu reinado, ele teria abandonado o cuidado das pirâmides provinciais. Esta decisão coincidiria com a construção das pirâmides de Giza, entre as quais se enconta a pirâmide de Quéops.

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