_
_
_
_

A abstenção no Chile atinge níveis históricos de 59%

A participação nas eleições presidenciais é a mais baixa desde 1990 O presidente Sebastián Piñera cumprimenta por telefone a ganhadora, Michelle Bachelet A candidata da direita, Evelyn Matthei, se emociona ao admitir a derrota

Rocío Montes
Evelyn Matthei, de amarelo, é reconfortada após reconhecer a derrota.
Evelyn Matthei, de amarelo, é reconfortada após reconhecer a derrota.M. Ruiz (EFE)

A eleição presidencial chilena atingiu níveis inéditos de abstenção: 59% dos eleitores preferiram ficar em casa, apesar dos apelos de toda a classe política para que fossem aos colégios eleitorais. Dos 13,5 milhões de cidadãos que podiam votar, somente 5,6 milhões participaram das eleições (41%), abaixo inclusive da cifra registrada no primeiro turno, em 17 de novembro, quando a participação atingiu cerca de 50%.

A primeira vez que o Chile vive um Segundo turno com um sistema de voto voluntário e o fantasma da abstenção preocupou da mesma forma o oficialismo e a oposição. Mas tanto o Governo como os porta-vozes da ganhadora, Michelle Bachelet, foram enfáticos: a eleição é legítima, apesar do volume de pessoas que não compareceu às urnas, porque foi realizada de acordo com as regras vigentes da democracia.

A participação de 41% está muito abaixo de outros países onde o voto é facultativo: nas últimas presidenciais da Alemanha atingiu 66,04%, na Espanha foi de 63,26% e nos Estados Unidos, que serviram de exemplo para os dirigentes chilenos, houve 53,57%, de acordo com um estudo recente divulgado pelo think tank Liberdade e Desenvolvimento (LyD).

O mandatário Sebastián Piñera cumprimentou a presidenta eleita através de um telefonema que foi retransmitido pela televisão. “Felicito-a porque, além das diferenças, queremos o melhor para o Chile”, assinalou o chefe de Estado, que amanhã se reunirá com Bachelet pela manhã no domicílio da socialista. Em suas primeiras declarações públicas após o triunfo, a pediatra disse: “Estou muito contente por este resultado contundente e a partir do próximo ano vou ser a presidenta de todos os chilenos e chilenas”.

A candidata derrotada, Evelyn Matthei, foi a primeira a reconhecer o triunfo da candidata de centro-esquerda: “Desejo-lhe que vá muito bem. Ninguém que ame o Chile pode querer o contrário. Todo mundo sabe que eu não busquei essa candidatura. Não fui capaz de virar, e o resultado é de minha exclusiva responsabilidade”, indicou a economista de 60 anos, que se mostrou emocionada em uma entrevista coletiva no hotel Intercontinental de Santiago.

O presidente Piñera, em La Moneda, agradeceu Matthei: “(Ela) o fez com uma coragem e compromisso que nos enche de gratidão”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_